A crise financeira internacional derrubou a confiança do empresário paranaense. Dados apresentados ontem pela Federação das Indústrias (Fiep) mostra que apenas 62,17% dos industriais do Paraná estão apostando na melhoria de seus negócios para o próximo ano.
O índice da Sondagem Industrial é o menor dos últimos 10 anos e o segundo menor de toda a série histórica pesquisada pela Fiep, que iniciou em 1996. Até agora o mais baixo índice de otimismo do empresariado paranaense foi registrado em 1998, quando apenas 61,93% dos entrevistados mostravam-se otimistas em relação ao ano seguinte.
Segundo Maurílio Schimitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep, “no momento em que se submeteram às perguntas constantes do questionário (novembro de 2008), o humor dos empresários sofria influência avassaladora da crise financeira instalada globalmente”.
“O câmbio atingiu seu menor nível em julho de 2008 (R$ 1,59 por dólar), facilitando grandemente as importações e criando embaraços às exportações, e em setembro se deflagrou a crise financeira internacional.”
Para Maurílio, tanto naquela época (1998) quanto agora as empresas que têm relações com o exterior foram apanhadas no descompasso em seus contratos de câmbio e amargam profundos desequilíbrios de caixa.
Na pesquisa, os empresários falaram também sobre as dificuldades para enfrentar a concorrência no mercado interno: a “Carga tributária elevada” continua sendo a campeã, com 85,20%; seguida dos “Encargos sociais elevados” com 79,14% e do “Custo financeiro elevado’ (58,47%).
Estratégias
Dentre as estratégias de maior importância para 2009, as mais citadas na pesquisa são o “Desenvolvimento de negócios” (51,51%), que superou a questão “Satisfação do cliente” (51,16%) pela primeira vez desde 2002 quando esta fora incluída na Sondagem Industrial, ambas relativas ao âmbito externo das empresas.
“Satisfação de funcionários” (25,85%) e “Desenvolvimento de funcionários” (24,60%) são as questões de maior importância a serem adotadas dentro das empresas.