Um cenário ainda de crise, mas com perspectivas de melhora aparecendo em alguns setores, e situação quase normal em outros. Este é o entendimento geral entre empresários que estavam reunidos, ontem, em Curitiba, no Congresso Paranaense da Indústria 2009, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Para eles, a criatividade dos empreendedores, políticas públicas de incentivo e a recuperação da economia como um todo estão entre as razões do otimismo. “A situação ainda é delicada. Ainda não retomamos o crescimento, mas há perspectivas de melhora”, avalia o vice-presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário e Marcenaria do Estado do Paraná (Simov), Luiz Fernando Tedeschi.
Para ele, o setor moveleiro já pagou um custo alto com a crise, que atingiu em cheio o segmento. “Usamos isso como aprendizado e estamos nos preparando e buscando novas oportunidades”, conclui.
No caso da construção civil, o que ajudou a aliviar os problemas foram incentivos do Governo Federal. “As medidas foram bem vindas e vieram na hora certa”, afirma o empresário do setor e coordenador regional da Fiep em Apucarana, Sebastião Ferreira Martins. “A reposição de mão-de-obra já está sendo feita. Temos vagas disponíveis e a certeza de um bom segundo semestre”, diz.
Já o presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado do Paraná (Sigep) Sidney Paciornik, diz que o mercado gráfico caiu bastante desde o início da crise, mas todos os ramos da indústria já dão sinais de aquecimento.
Os problemas, segundo ele, foram maiores do que mostraram os índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontavam crescimento do setor no primeiro semestre, no Estado.
Para o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) e do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Curitiba (Sindivest), Ardisson Akel, o panorama ainda é complicado, a ponto de apenas o fato da economia ter parado de cair ser comemorado.
No entanto, ele vê como positiva a forma com que os brasileiros têm reagido à crise. “Muita gente cresceu no recuo de grandes”, afirma, mencionando que vários trabalhadores demitidos tornaram-se fornecedores de grandes empresas.
Investimentos
O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Armando Mariante, informou ontem, durante o evento, que o volume de recursos disponibilizados pela entidade para investimentos, neste ano, deverá chegar a R$ 130 bilhões. Ele ressaltou a tentativa do banco de levar inovação a pequenas e médias empresas e prometeu, ainda, aumentar o volume de investimentos no Paraná.