José Élcio: confiança.

Apostando nos novos governantes, a maioria dos empresários paranaenses planeja crescimento em 2003. É o que revela a pesquisa Panorama Empresarial Paraná, realizada pela Deloitte Touche Tohmatsu com 87 das 700 maiores indústrias do Estado, que faturaram R$ 8,9 bilhões neste ano. Três em cada quatro entrevistados (74%) encerrarão o ano com faturamento superior ao de 2001. 83% projetam faturar mais em 2003. Para alcançar esse resultado, 94% estão dispostos a investir (principalmente na modernização), 79% prevêem aumento de produtividade, 63% esperam elevar o nível de produção e 59% acreditam em incremento nos empregos.

A maior parte dos empresários esperam de Lula atuação entre boa e ótima nas áreas de educação, incentivo à produção industrial e agrícola, porém vêem dificuldades na política cambial. Para os consultados, a alta carga tributária, alta taxa de juros e baixo nível educacional são os principais problemas do Brasil. No Paraná, as principais dificuldades citadas foram: falta de capacidade de investimentos do governo, segurança pública e infra-estrutura de transporte e portuária.

De acordo com o estudo, 71% dos empresários do Estado acreditam em crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2003, de 2,1%. Para a maioria, a inflação deverá ser de 12%. Mais da metade aposta na redução da taxa de juros, mas somente 26% acreditam em redução da atual carga tributária. Em relação à capacidade do novo governo em atrair investimentos estrangeiros, a expectativa é pessimista: 88% projetam diminuição ou manutenção em 2003.

“O diagnóstico dos empresários do Paraná é de confiança, com áreas de preocupação, principalmente voltadas aos aspectos estruturais da economia, como câmbio, juros e impacto dos impostos; mas acreditam que o novo governo tenha sucesso em gerenciar os problemas mais a médio prazo”, avalia José Écio Pereira da Costa Jr., sócio-diretor da Deloitte. Apesar das dificuldades citadas na pesquisa, os planos de investimentos das empresas são consistentes, ressalta. A pesquisa aponta que 45% das indústrias paranaenses pretendem investir no interior do Estado, 33% planejam fazer investimentos adicionais em Curitiba e 22% esperam investir em outros estados.

Mercado

Nesse ano, 79% das empresas paranaenses manteve ou aumentou seu volume de investimentos, sendo o capital próprio a principal fonte de recursos. A principal estratégia adotada para enfrentar a volatilidade cambial e manter a competitividade foi aumentar exportações. Em 2002, 74% das indústrias devem fechar com faturamento superior ao de 2001. Em relação ao lucro, 57% registraram acréscimo, mas 69% projetam elevação em 2003.

Neste ano, 83% das empresas paranaenses concederam reajustes aos funcionários iguais ou superiores à inflação. Para 2003, 34% planeja correções acima da inflação e 56% pretendem repor as perdas inflacionárias. Estratégias de remuneração variável são adotadas moderamente no Estado: 44% das empresas oferecem participação nos lucros, 53% oferecem prêmios e bônus e apenas 8% ofertam plano de opções de ações.

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