No rastro da missão presidencial à China, há aproximadamente 15 dias, o empresariado e o governo do Paraná estão começando a voltar os olhos para a nação que pode se tornar um grande parceiro comercial. A China apresenta números expressivos e uma economia que não pára de crescer: o Produto Interno Bruto (PIB) passou de US$ 890 bilhões em 97 para US$ 1,23 trilhão em 2002, o que representa crescimento médio anual de 7,7%. Também representa um dos mercados mais promissores, com sua população de quase 1,3 bilhão de habitantes.

Ontem, empresários paranaenses e o governo do Estado puderam conhecer um pouco mais as particularidades da China, durante o evento “Paraná x China, um salto necessário”, realizado no Centro de Convenções, em Curitiba.

“O objetivo principal é continuar o aprofundamento da relação Brasil-China, que vem se concretizando no governo Lula”, afirmou o presidente do Instituto de Cooperação Internacional (Icooi) – um dos promotores do evento -, Marco Polo Moreira Leite. Segundo ele, grandes negócios podem ser fechados – especificamente entre o Paraná e a China -, entre eles a atração de turistas chineses e a exportação da madeira. “A estimativa é que 20 milhões de chineses estarão fazendo turismo no ano que vem”, afirmou Marco Polo. De acordo com Wladimir Milton Pomar, integrante do Icooi, os chineses vêm geralmente ao Brasil a negócios, mas estendem a viagem em dois ou três dias para conhecer as atrações turísticas. “Todo chinês que vem ao Brasil quer conhecer Foz do Iguaçu. É impressionante”, disse.

Números expressivos

Para Marco Polo Leite, o Brasil não vem aproveitando as oportunidades de intensificar a relação com a China. “A China possui US$ 403 bilhões em reservas para investimento. Nós é que devemos fazer o dever de casa, pois há espaço para exportarmos nossa tecnologia, com a Petrobras e a Embraer, por exemplo”, afirmou. Segundo ele, números do governo chinês apontam que no ano passado, as relações comerciais entre Brasil e China foram da ordem de US$ 7,980 bilhões, com a balança comercial favorável ao Brasil em quase US$ 4 bilhões. “Acredito que o valor pode chegar a US$ 20 bilhões em pouco tempo”, comentou. Segundo ele, a relação com o Brasil representa, em números, uma quantia ínfima. “Não representa nem 1% das relações que a China manteve com outros países”, disse. No ano passado, estima-se que a China manteve relações comerciais da ordem de US$ 851 bilhões com o mundo todo. “O Brasil não está aproveitando nada. Falta visão tanto do governo como da iniciativa privada.”

Para Milton Pomar, também da Icooi, é hora de os empresários locais e o governo estudarem a China, conhecerem sua cultura. “É preciso se despir de preconceito, conhecer um pouco sua linha econômica, política”, acredita.

Ele lembrou que a China é grande comprador de soja brasileira, especialmente do Rio Grande do Sul e do Paraná, e portanto estaria disposta a investir em portos, rodovias e empresas de esmagamento do grão. “Quem quer fazer negócio com a China tem que conhecer, aprender as diferenças”, apontou.

Entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro estará acontecendo o evento “Brasil-China: um salto necessário”, no Centro de Exposições Internacionais da China, em Beijing. Informações através do site www.expobrasilchina.com.br

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