Empresários e representantes de entidades defenderam o potencial e a capacidade da energia eólica em atender à demanda brasileira, durante o evento Brasil Wind Energy Conference(BWEC), que ocorre nesta segunda-feira, 27, em São Paulo. Patrocinado pelo governo da Bahia, Estado que tem US$ 10 bilhões em investimentos no setor, de acordo com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia, James Silva Santos Correia, o BWEC também serviu de cenário para críticas à mudança de postura do governo federal. Recentemente, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) excluiu o setor eólico do leilão para contratação de energia para 2018 (A-5), restringiu a participação nos leilões para 2016 (A-3) e de reserva a apenas projetos com garantia de interligação à malha de transmissão.

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“Desenvolvemos exatamente o modelo competitivo que a presidente Dilma pediu. Podemos mostrar que a eólica está no caminho certo”, defendeu o secretário, acrescentando que o setor seria afetado por “atitudes burocráticas”.

O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Renova Energia, Pedro Pileggi, afirma que o leilão A-3 servirá para esclarecer se há ou não uma suposta predileção por alguma fonte energética específica. “Todos participarão e a escolha deve ser pelo mais competitivo”, avaliou. Sobre o leilão de reserva, Pileggi afirmou que deve-se considerar uma queda na demanda, o que poderia exercer pressão sobre preços.

A exigência por redes de transmissão, um dos principais gargalos nos projetos eólicos do Nordeste, por exemplo, deve reduzir a oferta de 14 mil MW (dados do leilão A-5 do ano passado para cerca de 3 mil MW). Apesar disso, a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Melo, defende a EPE que “está correta em diversificar as fontes para manter a segurança energética do País”. No entanto, Elbia pondera que, por conta desse contexto, este ano será crucial para o setor. “Estamos em uma fase de transição, que será decisiva. Diante dessa queda de demanda, fabricantes terão que decidir se ficarão no Brasil ou não”, avalia.

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Elbia também cita as mudanças nas regras da linha Finame, do BNDES, que estão mais rígidas, e a elevação do patamar de 50% das reservas provadas (conhecido como P50) para 90% (P90) . “Com todas essas mudanças que ocorreram, o setor precisa de um sinal de demanda. Dêem-nos um mercado que mostramos o que somos capazes de fazer”, afirmou.