Empresários defendem fortalecimento da Camex

Empresários de comércio exterior, reunidos hoje na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), defendem que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) seja fortalecida e passe a se tornar por lei um órgão diretamente vinculado à Presidência da República, o que na prática lhe daria status de ministério. Na avaliação de dirigentes da Fiesp, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), hoje a atuação da Camex é relativamente difusa, pois é um braço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mas não possui a representatividade de instituições do governo que atuam diretamente para o fomento das exportações e importações.

“Todos os problemas que reduzem a competitividade do Brasil estão ligadas à logística cara e de baixa qualidade, às exigências de financiamento, à alta burocracia e ao acúmulo de créditos (de exportação) que comprometem a atração de investimentos. Os problemas são antigos e conhecidos pelo governo. Por isso, queremos o fortalecimento da Camex”, comentou José Augusto Fernandes, diretor executivo da CNI e presidente da Funcex.

Para o diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, a Camex precisa ser reestruturada com apoio dos ministérios que são influentes para o comércio exterior. Segundo os empresários, a nova Camex deveria ter maior participação de órgãos do governo, tais como Receita Federal, Ministério da Agricultura, Ministério dos Transportes e Ministério do Planejamento. “Com isso, teremos um meio para pressionar a redução de tributos e avançar a competitividade dos produtos brasileiros”, comentou Gianetti. Ele destacou também que a Camex seria uma forma de resgate do programa especial de exportações, criado em 1998, mas “esquecido nas gavetas do governo FHC”.

Os empresários já enviaram a proposta da criação da nova Camex junto à Presidência da República aos presidenciáveis que disputaram a campanha deste ano. Agora, eles têm como objetivo pressionar a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), para que tal iniciativa se torne um ministério na prática. A questão do comércio exterior hoje está diretamente relacionada a problemas que os exportadores manifestam ao câmbio valorizado.

Para o vice-presidente da AEB, José Augusto Castro, a cotação do real apreciada em relação ao dólar está sendo usada no Brasil, há vários anos, para conter a inflação. “Hoje o problema é achar um culpado. O novo governo deve usar a taxa de câmbio para estimular o emprego no País.” Segundo ele, um dos modos para que isso ocorra e contenha a excessiva apreciação do câmbio é adotar um prazo na entrada de investimentos estrangeiros, o que seria uma espécie de quarentena.

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