Empresários canadenses se recusam a pedir eliminação de subsídios

Brasília O Canadá foi o único país a se recusar a assinar o documento final preparado pelos empresários na reunião paralela à do Grupo de Cairns, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Segundo o coordenador do fórum permanente de negociações internacionais da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Gilman Viana, os canadenses não concordaram com o teor do documento fechado na reunião entre os representantes empresariais, que reinvidicava a eliminação dos subsídios concedidos pelos governos a seus produtores rurais. A reunião dos empresários, que terminou ontem, ocorreu paralelamente às dos ministros de Estado que integram o chamado Grupo de Cairns.

Para o representante dos empresários brasileiros na reunião, o comportamento do Canadá trouxe “um alívio”, pois revela que o país tem uma posição mais “suave” em relação às políticas de subsídio. “Essa iniciativa acaba com os enganos em relação à política protecionista adotada pelo Canadá, que só diminuía o nosso poder de pressão”, afirmou. Viana disse também que desta vez nenhum dos outros empresários dos países membros do Grupo de Cairns apoiou a posição canadense, que pretendia dar um tratamento mais suave na questão de protecionismo. O documento dos empresários foi encaminhado para a reunião de ministros de Estado do Grupo de Cairns, ocorrida na manhã de hoje.

O ministro da Relações Exteriores, Celso Lafer, que acompanhava as reuniões como representante do Brasil, teve de retornar ao Brasil hoje, antes do fim dos trabalhos. Ele deixou como representante na reunião o diretor-geral do Departamento Econômico do Itamaraty, embaixador Valdemar Carneiro Leão.

As informações recebidas pelo Itamaraty são de que os representantes canadenses na reunião de ministros não tiveram o mesmo comportamento de seus empresários. O Canadá, portanto, assinou o documento final que reforça a decisão dos 18 países membros do Grupo em relação às negociações agrícolas da rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Historicamente, o grupo defende a eliminação total de subsídios às exportações agrícolas em curto prazo e a significativa redução dos subsídios domésticos. Também pretende a adoção de regras mais rígidas pela OMC sobre barreiras não-tarifárias, crédito para a exportação e ajuda alimentar internacional. Por fim, o grupo pretende a redução dos picos tarifários para produtos agrícolas e o aumento das cotas tarifárias.

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