Novas refinarias com tecnologia francesa, software paranaense para gerenciar hemodiálise em hospitais franceses são alguns dos exemplos dos acordos realizados durante a Semana do Paraná na França, entre os dias 8 e 15 de outubro. "Os contatos entre os nossos empresários e os de Lyon e Paris deverão gerar diversas oportunidades de negócios, que poderão influir positivamente no intercâmbio comercial entre o Paraná e a França", avalia o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures.
Ele informa que todas as 60 empresas que estiveram representadas na missão, organizada pela Fiep e o governo do Estado, obtiveram propostas de negociação ou fecharam acordos comerciais e tecnológicos. "O Paraná desperta grande interesse dos investidores franceses, a ponto de os encontros empresariais e as rodadas de negócios terem sido os mais freqüentados, superando estados como São Paulo", avalia a presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Paris, Verônique Delorme.
"A partir de agora, o Centro Internacional de Negócios da Fiep passa a dar o suporte para auxiliar no fechamento e no intercâmbio das relações estabelecidas na viagem", afirma Rocha Loures. Desde o retorno da delegação paranaense da França, o Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiep já recebeu mais de 20 pedidos de empresas francesas interessadas em apresentar novas propostas às indústrias paranaenses.
Contatos
Um exemplo é a empresa S&B Pré-Secados, de Castro. O proprietário da trade, Ricardo Machado Bonilla, foi para a França com o propósito de atrair indústrias de alimentos para animais e laticínios em Castro. Além dos contatos estabelecidos, conseguiu negociar a execução de um simpósio na área leiteira com a participação de profissionais franceses. "Iremos desenvolver em parceria com o Senai, Sistema Fiep, CTP e Prefeitura de Castro um simpósio sobre os novos rumos da cadeia leiteira mundial, que servirá como base para os produtores e possíveis interessados a instalar-se no município", conta. Bonilla ainda firmou parcerias no setor metalmecânico e orgânico para a transferência de tecnologia francesa para o Paraná. "No setor pet, estamos em fase de negociação de preço, quantidade e época de exportação com três empresas francesas, sendo um laboratório e duas redes de supermercados", afirma.
Tecnologia
Para o gerente-geral da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) da Petrobras, João Oderich, a viagem também foi bastante positiva, uma vez que estreitou relações entre empresas que fornecem combustível. Além dos contatos com distribuidores e produtores internacionais, a Petrobras firmou parceria com a empresa Axenf e, nos próximos três anos, as novas unidades da refinaria usarão a tecnologia francesa no seu refino.
Outra empresa que conseguiu trocar tecnologia foi a Ridan Laboratório de Análises, de Telêmaco Borba. O proprietário, Reinaldo de Oliveira, conta que comprou peças que precisava para seu laboratório e está negociando com a empresa francesa Biocode Hycel o fornecimento de kits de contagem de células de hemograma para a fabricação de equipamentos no Brasil.
No caminho oposto, está a empresa Pró-renal. A proprietária, Maria da Glória Prosdócimo, conseguiu fechar um acordo tecnológico com um grupo hospitalar de Lyon. A partir de janeiro, técnicos da empresa paranaense irão ficar por três meses na França transferindo a tecnologia de um programa de software voltado ao gerenciamento de hemodiálise.
Criatividade
Segundo Conceição Borges, coordenadora do setor do vestuário na missão da França e proprietária da C.A.L. Comercial Exportadora, empresa de consultoria e agenciamento internacional nas áreas têxtil e do vestuário, o segredo para conquistar o mercado internacional está na criatividade e diferencial dos produtos brasileiros. Foi exatamente o diferencial que possibilitou à Pedra Prima, empresa de semijóias de prata e folhados de Curitiba, negociar com o mercado francês. Segundo o representante da empresa, Mário Sureck, a missão à França já trouxe bons resultados. "Diversos empresários demonstraram interesse pelas jóias com pedras brasileiras, tanto que 12 atacadistas já entraram em contato e temos a possibilidade de fechar negócios. Estamos apostando no mercado europeu porque não temos concorrência", afirma.