O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse ontem, em São Paulo, que a preocupação do ministério hoje é que o ?bombardeamento? de notícias sobre os casos de corrupção no governo ?não afete o ânimo das empresas?. Furlan disse ainda que é importante que o empresário não se deixe levar pelo ?vínculo emocional de um momento delicado no campo político?.
?É importante que não haja esse vínculo emocional de um momento delicado no campo político com as decisões racionais que uma empresa precisa ter no campo econômico porque, no final, essa turbulência seguramente vai passar e as empresas vão continuar.?
O ministro acrescentou que os empresários que acreditarem que o momento atual é de recuo poderão perder espaço para quem mantiver a crença de que ?os fundamentos da economia estão muito firmes?.
Furlan ainda disse que ?os investidores, aqueles que olham os mercados de câmbio, de Bolsa, de títulos públicos do Brasil no exterior revelam bastante tranqüilidade em relação à economia brasileira, ?a uma democracia madura, a uma imprensa livre e que, de uma forma ou de outra, encontrará os caminhos democráticos? para superar essa transição.
O ministro citou em seu discurso na sede da Fecomércio, em São Paulo, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu pronunciamento na última sexta-feira, antes da reunião de ministros em Brasília. Lula lembrou os números da economia – a manutenção dos baixos índices de inflação, os superávits comercial e fiscal e os 3 milhões de empregos criados na atual gestão.
Cobrança
O ministro também ouviu cobranças do presidente da Fecomércio, Abram Szajman, que disse que a crise de governabilidade do Brasil hoje ?deixou de ser uma tarefa exclusiva do governo e passou a ser atribuição de todos?.
Szajman disse também que é preciso ?sinalizar à opinião pública? que o País tem ?maturidade política capaz de garantir a normalidade das relações de produção mesmo com as graves turbulências? políticas, referindo-se às denúncias de corrupção no governo Lula.