economia

Empresa vê recuo de 60% no aluguel de equipamentos

A economia brasileira já saiu oficialmente da recessão, mas a Alugatudo, empresa que presta serviço de locação de equipamentos para construção civil imobiliária e pesada, não. Desde 2015, a companhia contabiliza uma queda de 60% na receita com aluguel de betoneiras, andaimes, retroescavadeiras e marteletes, por exemplo. “Até hoje não recuperamos essa perda”, conta Márcia Regina dos Reis Rocha Lopes, gerente financeira da empresa.

A Alugatudo entra na pesquisa do setor de serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no grupo de prestação de “serviços administrativos e complementares” a outras empresas. Esse é um dos segmentos, ao lado das telecomunicações, que mais têm contribuído para o recuo dos serviços como um todo. No ano até setembro, os serviços administrativos complementares acumulam queda de 4,6%, enquanto os serviços como um todo recuaram 3,7%, aponta a pesquisa do IBGE.

“A queda dos serviços prestados às empresas é derivada desse processo muito moroso de recuperação da economia”, observa o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin. Na sua avaliação, a situação das empresas ainda não é confortável, tanto no volume de negócios como do ponto de vista da rentabilidade e do endividamento. Isso faz com que a demanda por serviços consumidos pelas empresas continue fraca, explica o economista.

A Alugatudo, por exemplo, tem sentido isso de perto nos últimos dois anos e feito uma ginástica financeira e administrativa para se reequilibrar. Fundada em 2008, a empresa, no auge do crescimento da economia, chegou a ter 20 funcionários. Em 2010, mudou-se de Carapicuíba (SP) para Osasco (SP), num galpão maior, e ampliou os negócios para a venda de equipamentos. Tinha uma frota de oito veículos, entre caminhões médios e grandes, para fazer as entregas.

Volta

Com a crise que se abateu sobre a companhia a partir de 2015, a empresa de prestação de serviços está literalmente fazendo o caminho de volta. No ano passado mudou-se de Osasco para o galpão de Carapicuíba, onde tudo começou. “Saímos de uma casa de cinco cômodos para uma de dois”, compara a gerente financeira.

Também as demissões foram inevitáveis. Hoje, a empresa tem sete funcionários e apenas dois veículos para transporte dos equipamentos. Parte do maquinário que era alugado foi vendido para ajudar nas despesas.

Ao contrário dos tempos áureos, quando havia espera de uma semana a dez dias para alugar uma betoneira, hoje há equipamento para pronta entrega. Se no passado, os descontos eram raros, agora são frequentes. “Tudo é negociável”, diz a gerente financeira, que viu a carteira de clientes mudar: de construtoras de grande porte, inclusive voltadas para obras rodoviárias, hoje são empreiteiros e pequenas construtoras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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