SEM QUALQUER AVISO

Empresa de telefonia de Curitiba demite 1,5 mil funcionários

Cerca de 400 funcionários que foram demitidos pela empresa Construção Consultoria e Obras Ltda (CCO) realizaram na manhã desta segunda-feira (25) um protesto em frente à empresa, no bairro Xaxim em Curitiba. Os trabalhadores, que prestavam serviço para a GVT, saíram em caminhada até a sede da empresa de telefonia próximo à praça Rui Barbosa.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Instalação de Centrais Telefônicas do Paraná, a empresa fechou as portas na semana passada, demitindo sem qualquer aviso prévio 1.470 funcionários em todo o Estado.

O sindicato informou que a empresa não deu garantias de pagamento dos direitos trabalhistas e que já apresentava problemas relacionados ao pagamento do Fundo de Garantia e de rescisões de demissões anteriores. O órgão entrou com uma ação no Ministério Público do Trabalho e exige que a GVT também seja responsabilizada por arcar com as rescisões trabalhistas.

Felipe Cardoso da Silva, que trabalhava no setor de manutenção de cabos da empresa há mais de cinco anos contou, que não houve qualquer aviso do fechamento e, desde quarta-feira, os funcionários não conseguem nenhum contato com a direção da empresa. “Eles simplesmente abandonaram tudo e deixaram os funcionários sem nenhuma explicação”, disse.

Ele conta ainda que chegou a receber uma oferta de emprego da GVT, mas que a empresa teria exigido como condição para a contratação que ele pedisse demissão da CCO, abrindo mão dos direitos trabalhistas da rescisão. Esta atitude, segundo o sindicato, seria irregular uma vez que a empresa de telefonia deve responder solidariamente pelos direitos trabalhistas dos funcionários.

O técnico em telefonia Luis Carlos Gomes, que estava de licença médica, também conta que levou um susto ao saber que a empresa tinha fechado e que ele estava desempregado e sem garantia de receber o dinheiro da rescisão. “Aqui todo mundo necessita do emprego, tem contas para pagar. Eles baixaram as portas e não chamaram ninguém para fazer acerto, não comunicaram ninguém disso”, reclamou.

Para Marcos Valério da Silva, coordenador de equipes de instalação, a atitude dos responsáveis pela empresa teria sido premeditada. “Simplesmente eles aproveitaram o feriado e retiraram tudo o que havia dentro da empresa. E até o prédio que era alugado esta sendo devolvido. Deixaram todo mundo a ver navios e a única coisa que informaram foi que a GVT rescindiu o contrato e que eles não teriam dinheiro para pagar as rescisões”, disse.

A GVT informou via nota que internalizou grande parte dos serviços de instalação de linhas de telefonia fixa e acessos banda larga no Paraná em face de descumprimentos contratuais por parte da CCO e que o contrato com a empresa foi rompido no último dia 20. A empresa afirmou ainda que solicitou a antecipação da audiência no Ministério do Trabalho, na condição de empresa contratante dos serviços da CCO.

A reportagem não conseguiu localizar os responsáveis pela CCO para comentar as demissões.

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