Prestadores de serviço continuam
acampados diante da Telepar.

Empreiteiros contratados pela Iecsa-GTA – terceirizada que prestava serviços à operadora de telefonia fixa Brasil Telecom até março último – brigam na Justiça para receber aproximadamente R$ 10 milhões. Desse montante, quase 40% se referem a questões trabalhistas, como salários atrasados e FGTS. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Instalações Telefônicas do Estado do Paraná, Biratã Higino Almeida Giacomoni, a Brasil Telecom também tem sua parcela de responsabilidade, pois foi ela quem contratou a argentina Iecsa-GTA.

“Entendemos que a Brasil Telecom foi solidária à Iecsa, e por isso vamos tentar receber dela”, explica Biratã. Ao todo 164 empreiteiras contratadas pela Iecsa-GTA teriam sido lesadas, o que totaliza aproximadamente 3.500 funcionários. Biratã conta que as empreiteiras acabaram se dividindo em quatro categorias: aquelas que desistiram de receber, as que aceitaram acordos para receber com percentual menor, as que ingressaram ações no Ministério Público do Trabalho e da Justiça e, por último, as que sequer se mobilizaram. “Desde novembro do ano passado, os pagamentos já eram feitos com atraso. Em abril, degringolou de vez”, lembra Biratã. Depois de um período de greve dos funcionários, a operadora acabou contratando quatro empresas para realizar os serviços: a gaúcha Pampa, a Kerish, a Telenge e a Telsul.

Com a falta de pagamento, muitas empreiteiras tiveram que se desfazer de bens. Para os funcionários, a situação ficou ainda pior. Alexandre Scheler, que representa 23 empreiteiras, conta que apenas três continuam funcionando. Uma delas é a Irmãos Carcereri, que agora presta serviços a uma operadora de Porto Alegre. “Reduzimos a um terço a força de trabalho. Chegamos a ter 400 funcionários, e hoje são 120”, conta o dono da empreiteira, Ademir Naldino, que estima ter para receber da Iecsa cerca de R$ 600 mil. Cerca de 50 empresas ingressaram com ação no Ministério Público do Trabalho e na Justiça, mas ainda não houve decisão sobre o caso.

Brasil

Telecom

A Brasil Telecom informou, através da assessoria de imprensa, que “no que diz respeito às questões trabalhistas, tudo o que estava previsto na carteira de trabalho e no termo de rescisão contratual entre a Iecsa-GTA e seus colaboradores foi honrado pela operadora, como antecipação de eventuais créditos que a Iecsa possa ter junto a Brasil Telecom.” Informou ainda que ao longo da relação comercial com a Iecsa, sempre cumpriu todas as obrigações contratuais e que, no dia 27 de setembro, a operadora entrou com ação de cobrança acumulada com perdas e danos na 14a Vara Cível de Curitiba.

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