Grandes empreiteiras, como Camargo Corrêa, Odebrecht e Andrade Gutierrez, vão ficar de fora do grupo de sócios investidores da hidrelétrica de Belo Monte (PA). Essas empresas só devem participar do projeto como contratadas para tocar a obra, e não como integrantes da Sociedade de Propósito Específico (SPE) que será constituída para controlar a usina no Rio Xingu.
A avaliação de uma fonte do setor, que participa das discussões, é de que não há espaço para mais construtoras entre os sócios controladores, que pelas regras têm que se restringir a 20%. A reestruturação do consórcio vencedor, liderado pela Eletrobras Chesf, já está sendo costurada. O problema inicial é que, com a permanência da Queiroz Galvão e da J. Malucelli no grupo, a participação de construtoras já soma 40%. Como este porcentual tem de ser reduzido, não haveria espaço para a entrada de outras empreiteiras.
Também devem entrar como sócios estratégicos a Eletronorte e fundos de pensão de estatais. A Andrade Gutierrez já estaria impedida de integrar a SPE, porque fez parte do consórcio derrotado, mas Camargo e Odebrecht, que desistiram do leilão, teoricamente poderiam entrar. A restrição, entretanto, é de integrantes do consórcio vencedor, que não querem abrir espaço para as grandes empreiteiras.