Emprego sente efeitos da crise econômica

A crise mostrou sua cara no emprego do Paraná em novembro. Conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no mês passado foram admitidos 93.675 trabalhadores no Estado. Em outubro esse número foi de 93.847.

Ou seja, uma redução de 172 vagas (-0,01%). Esse número, porém, não impede que o Estado registre números alentadores no acumulado do ano: 1.028.148 vagas no ano passado contra 1.188.873 neste ano, ou seja, um saldo positivo de 160.725 vagas, alta de 8,25%.

Nos últimos doze meses (novembro/2007 a novembro/2008) o resultado ainda é positivo em 6,54%, mantendo-se um saldo de 129.507 oportunidades de trabalho abertas.

Em todo o País, de janeiro a novembro a alta foi de 7,25%, com a criação de 2,107 milhões de postos de trabalho. “Este resultado é o maior da série histórica do Caged para o período, superando em 8,8% o recorde anterior, obtido em 2007, quando foram criados 1.936.806 postos de trabalho, crescimento de 7,08%”, disse ontem o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ao apresentar os resultados.

De acordo com os números do Caged, o nível de emprego formal celetista no país apresentou ligeira queda de 0,13% em novembro em relação ao estoque de assalariados celetistas do mês anterior, o que representou uma perda de 40.821 empregos.

Tradicionalmente, os dados do Caged mostram que em novembro se verifica uma redução no ritmo de crescimento ou queda no emprego, comportamento esse influenciado por fatores sazonais conjugados com os movimentos conjunturais.

Em novembro de 2008 esse declínio do emprego, além de refletir uma marcante sazonalidade, parece indicar a presença dos efeitos negativos da crise financeira internacional, informou Carlos Lupi. Atualmente, o estoque de trabalhadores formais no País é de 31,07 milhões.

Setores

Em termos setoriais, o desempenho de novembro em todo País foi determinado pela conjugação de movimentos distintos: expansão nos setores associados ao consumo de fim de ano (Comércio e Serviços) e queda nos demais setores, sobressaindo a Indústria de Transformação, Agricultura e Construção Civil. Tais desempenhos estão influenciados pela entressafra no centro-sul do país (cana-de-açúcar, café) e pelo período de chuvas, alimentados pelo contexto macroeconômico.

O Comércio respondeu pela criação de 77.886 empregos ou expansão de 1,15%, proveniente da criação de 71.580 postos (+1,26%) no segmento Varejista e do aumento de 6.306 postos de trabalho (+0,56%) no segmento Atacadista.

O setor de Serviços, por sua vez, foi responsável pela geração de 39.296 postos de trabalho (+0,32%), impulsionado principalmente pelos segmentos de Serviços de Alojamento, Alimentação e Reparação (+14.662 postos ou +0,34%), de Serviços de Comércio e Administração de Imóveis e Serviços Técnicos Profissionais (+14.462 postos ou +0,46%) e dos Serviços Médicos Odontológicos (+7.285 postos ou 0,58%), o melhor resultado para o mês da série histórica do Caged.

A Indústria de Transformação registrou uma queda em novembro de 1,07% no contingente de assalariados com carteira assinada em relação ao mês anterior, resultante da perda de 80.789 empregos.

Tal comportamento decorreu do declínio de todos os segmentos do setor, cabendo destacar a Indústria de Produtos Alimentícios e Bebidas (-13.524 postos ou -0,73%), Indústria de Material de Transportes (-11.634 postos ou -2,22%), Indústria Metalúrgica (-10.960 postos ou -1,44%) e Indústria de Calçados (-9.841 postos ou -2,95%).

Na Agricultura, a redução de 50.522 empregos (-2,97%) pode ser atribuída fundamentalmente à variável de cunho sazonal, uma vez que os resultados de novembro dos últimos três anos estão próx,imos do ocorrido em novembro de 2008.

Em novembro de 2007, a variação foi de -43.105 postos (-2,59%), sendo de -50.757 postos (-3,12%) em novembro de 2006 e de -57.088 postos (-3,50%) em novembro de 2005.

A Construção Civil, após um período de expressivas taxas de crescimento, apresentou uma perda de 22.731 empregos ou redução de 1,24%. Este resultado pode ser justificado, em parte, pelo componente sazonal relacionado ao período de chuvas, já mencionado.

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