O nível de emprego no Paraná cresceu 1,07% em março, gerando 20.090 novos postos de trabalho. Foi o melhor março desde 1992, tanto no volume como na variação do nível de emprego; em março de 2006, o número de empregos gerados foi a metade: 10.035. Também foi o melhor primeiro trimestre, com saldo de 42,9 mil empregos entre janeiro e março – o desempenho foi superior, inclusive, ao mesmo período de 2004, ano em que a geração de empregos bateu recorde no Estado.
?O ano de 2004 fechou com saldo de 122 mil empregos no Paraná, mas o cenário era outro: os grandes centros vinham estagnados e houve o ?boom? das exportações, com o dólar valorizado. Hoje a realidade é outra. Dificilmente vamos manter este ritmo de crescimento até o final do ano?, comentou Sandro Silva, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR). De qualquer forma, Silva acredita que a geração de empregos este ano deva superar o volume do ano passado, quando foram criadas 86 mil vagas. ?Deve ficar acima de 2006, mas dificilmente alcança o desempenho de 2004.?
Em março, a indústria de alimentos foi a responsável pelo maior número de empregos no Paraná (4.394), seguida pela agricultura e silvicultura (3.792), comércio varejista (1.835), hotéis e restaurantes (1.737), indústria têxtil e vestuário (1.288) e construção civil (1.124). ?O peso da agricultura e da agroindústria é muito grande nessa época do ano?, explicou o economista, referindo-se ao período de safra agrícola, que repercute na indústria de alimentos.
Na comparação com outros estados, o Paraná apresentou a segunda maior variação no nível de emprego (1,07%), atrás apenas do Mato Grosso do Sul (1,68%) e bem acima da média nacional (0,52%).
Primeiro trimestre
No acumulado do ano (janeiro a março), o Paraná gerou 42.911 empregos, com crescimento de 2,31% – a maior parte das oportunidades (75,2%) surgiram no interior. Entre os setores que mais empregaram no primeiro trimestre, destaque para a indústria de alimentos e bebidas (8.573 postos de trabalho), hotéis e restaurantes (4.450), agricultura e silvicultura (3.916) e indústria têxtil e vestuário (3.244).
A geração de empregos, segundo Sandro Silva, deve-se ao próprio cenário econômico. ?Temos as menores taxas de juros dos últimos anos, a taxa de inflação está baixa, há grande volume de crédito, a maioria das categoria estão tendo aumentos salariais reais. Além disso, em 2005 e 2006 houve quebra de safra e os preços dos produtos agrícolas no mercado interno estavam baixos. Este ano, o cenário é mais positivo?, comentou. O crescimento de 2,31% no nível de emprego ficou acima da média nacional (1,44%).
Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a geração de empregos em março também foi a maior desde 92, com o saldo de 4.160 postos de trabalho. O setor de hotéis e restaurantes foi o que mais contratou (2.417 empregos), seguido pela construção civil (1.317) e ensino (914).