Brasília – Além dos bons números da produção agrícola e da expectativa de superávit recorde na balança comercial no ano, é do campo que vem outra boa notícia para o governo Luiz Inácio Lula da Silva: o nível de emprego formal cresceu. Entre janeiro e junho, 589 mil pessoas foram contratadas para trabalhar em atividades agrícolas, o que equivale a um crescimento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2002, quando as contratações nas fazendas somaram 552 mil empregos. Os números não indicam as contratações em agroindústrias ou na logística para escoamento da safra.
“A mecanização não chegou a todas as propriedades. Boa parte da colheita de café e das culturas de verão ainda é manual”, explicou assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luciano Carvalho, que analisou os números do Cadastro Geral do Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho. A safra 2002/03 recorde de grãos de 120,160 milhões de toneladas e a colheita de até 29,727 milhões de sacas de café em 2003/04 incentivaram as contratações de trabalhadores no campo.
O setor agrícola foi responsável por 11,7% do total das admissões no acumulado do primeiro semestre de 2003, mostram os números do Caged.
“Ao contrário dos demais segmentos da economia brasileira, a agricultura comercial apresentou surpreendente crescimento de 17,92% no saldo de empregos gerados no primeiro semestre deste ano, o que equivale à manutenção de 205 mil postos de trabalho”, explicou Carvalho.
Em junho, foram admitidos mais de 125 mil novos empregados no setor rural, segmento que apresentou a maior taxa de variação do emprego, de 5,09%. O Sudeste respondeu por 71% dessas contratações. A análise por Estado confirma o argumento de Carvalho de que a colheita de café resultou em novas oportunidades de trabalho nas fazendas.