O nível de emprego na indústria paranaense voltou a ter taxas positivas e cresceu 0,55% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No entanto, o setor fechou o primeiro trimestre ainda com queda, de -1,0%, ante os três primeiros meses de 2009. Ao mesmo tempo, a folha de pagamento real, que desconta os efeitos da inflação, cresceu 8,1% em março e 6,3% no primeiro trimestre, nas mesmas comparações. Os dados foram divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As médias nacionais, nos indicadores de pessoal ocupado assalariado, foram superiores aos números paranaenses: na comparação com março de 2009, o emprego expandiu 2,4%. A taxa foi a maior desde os 2,5% atingidos em agosto de 2008. No acumulado no ano, o índice é de 0,7%. Por outro lado, a folha de pagamento, no País, cresceu menos que no Paraná: a taxa de março ficou em 5,6%, e a do primeiro trimestre, em 3,3%.
Para o analista de Conjuntura do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Fernando de Lima, o nível de emprego negativo, observado no Estado no primeiro trimestre, não preocupa mais tanto: “Já dá para notar um crescimento no emprego. No trimestre anterior, a taxa era de -5,8%”, afirma. Ele lembra, ainda, que setores que ajudaram a puxar o indicador para baixo, no período, têm boas perspectivas no restante do ano.
Um exemplo citado por Lima é a indústria de alimentos e bebidas, no qual o nível de emprego recuou 4,3% no trimestre. Com a safra recorde prevista para o ano, é grande a possibilidade de aquecimento no setor. “A safra terá que ser processada, alimentos serão fabricados”, lembra. O analista do Ipardes aponta como importantes avanços em setores como produtos químicos (11%), máquinas e equipamentos (9,6%) e têxtil (5,1%).
A perspectiva, no entanto, ainda não é boa para o setor madeireiro, que caiu mais 9,8% no trimestre. Bastante dependente de exportações, o segmento foi um dos primeiros a sofrer com a crise. Hoje, lembra Lima, ainda tem o agravante do real valorizado em relação a moedas como o dólar e o euro. Por ter grande peso no Paraná, o setor é um dos que ajuda a puxar para baixo os índices estaduais da indústria.