Mesmo em trajetória de recuperação, a ocupação industrial ainda está em patamar inferior ao recorde de setembro de 2008, mês que marcou o início do momento mais agudo da crise financeira internacional. Segundo observou o economista da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fernando Abritta, o emprego na indústria estava, em abril de 2010, em nível 3,3% inferior ao patamar pré-crise, enquanto a produção do setor praticamente se igualou à daquele período.

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Abritta explica que as contratações no setor respondem normalmente com alguma defasagem aos movimentos na atividade, mas destacou o crescimento “muito elevado” registrado no emprego da indústria em abril deste ano ante igual mês do ano passado, de 3,3%. “Esse aumento reflete uma base deprimida de 2009, mas também a expansão no volume de contratações do setor”, afirmou, acrescentando que “o emprego está acompanhando a recuperação da indústria”.

Ainda de acordo com Abritta, a queda no valor da folha de pagamento real (descontada a inflação) em abril ante março, de 0,4%, representa uma acomodação depois de crescimentos registrados, ante mês anterior, por três meses consecutivos. “Não houve reversão da trajetória de aumento da folha”, disse. Segundo ele, os resultados da folha neste ano vão depender dos números da inflação, já que os dados são deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ante abril do ano passado, a folha registrou alta de 5,4%.

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