São Paulo – O nível de emprego na indústria de materiais de construção cresceu 4,4% no primeiro semestre do ano, de acordo com a Análise Setorial da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em junho, segundo dados da análise, o número de empregados com registro na carteira de trabalho era de 625 mil, o maior da série calculada desde janeiro de 2004.
Dos 18,7 mil postos de trabalho abertos desde dezembro a maior contribuição foi dos segmentos de fabricação de estruturas metálicas (5,1 mil), fabricação de artefatos de cimento e fibrocimento (2,6 mil) e extração de pedra, areia e argila (1,5mil). A maior parte dos postos de trabalho foi criada nas regiões Sudeste e Sul do país. Os maiores destaques foram São Paulo, com 5,4 mil novos postos de trabalho; Minas Gerais, com 4 mil e Paraná, com 1,9 mil.
Os indicadores mostram que o consumo de cimento aumentou em 6,75% no primeiro semestre, ante o mesmo período de 2006. A taxa de crescimento de 8,7% no consumo de cimento apenas nos dois últimos meses é maior do que a acumulada no semestre, o que, segundo a FGV, indica tendências de crescimento para o ano.
As vendas internas de vergalhão registraram crescimento de 9,3% no semestre e a produção 9,1%.
Segundo os cálculos da FGV e da Abramat, o faturamento nominal do setor nos seis primeiros meses de 2007 apresentou elevação de 10,3%. As vendas internas cresceram 7,1% e as vendas no comércio varejista tiveram aumento de 5,7%. Com base nesses dados, as previsões são de que o setor cresça entre 7,9% e 9,3% este ano.
Na avaliação do professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo estudo, Fernando Garcia, os números expressivos observados no primeiro semestre do ano são resultado da expansão do crédito imobiliário. No primeiro semestre o crédito habitacional chegou perto dos R$ 7 bilhões, o que representa um crescimento de 67% em comparação com o mesmo período do ano passado.
?Em seis meses nós já financiamos mais do que ao longo de todo o ano passado, no qual já havia sido um recorde de volume financiado desde 1994?, disse Garcia.
De acordo com o professor, os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vêm aumentando gradativamente devido ao crescimento do emprego formal, "o que contribui ainda mais para o ganho de capacidade de investimento". Por conta desse aumento, foram destinados mais de R$ 2,5 bilhões dos recursos do FGTS para a habitação até junho, favorecendo principalmente as faixas de renda até cinco salários mínimos.