Emprego na indústria cresce em ritmo lento

O emprego na indústria do Paraná continua crescendo, mas em ritmo cada vez mais lento. É o que indica a pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, o emprego industrial no Paraná aumentou 1,1% na comparação com igual mês do ano passado – mesmo índice da média nacional. É a menor variação no Estado desde março do ano passado. Entre os setores que puxaram o nível de emprego, destaque para a indústria de alimentos e bebidas e as montadoras de veículos.

Para a economista Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE, o ritmo está menor porque a base de comparação (2004) é elevada. ?O emprego no Paraná está crescendo em cima de uma base mais alta, por isso está diminuindo o crescimento?, apontou Denise. Em junho, a variação havia sido de 1,2% e, em maio, de 3,1%.

Dos 18 setores da indústria paranaense, 12 registraram mais admissões do que demissões em julho, com destaque para a indústria de alimentos e bebidas (crescimento de 15,7%), fabricação de meios de transporte / montadoras (8,7%) e produtos de metal (7,3%). ?São os setores ligados à agroindústria (no caso de alimentos e bebidas), exportação e bens de consumo duráveis (veículos automotores), que tiveram os melhores resultados também em nível nacional?, apontou Denise. Já os setores que mais demitiram do que empregaram em julho foram madeira (-19,3%), outros produtos da indústria de transformação (-18,2%) e têxtil (-4,9%).

Rendimento

Com relação ao rendimento, no Paraná o valor da folha de pagamento na indústria aumentou 4,3% em julho na comparação com julho do ano passado – índice maior que a média nacional, que ficou em 3,1%. Os setores que promoveram os maiores reajustes de salários foram também aqueles que mais empregaram: a indústria de alimentos e bebidas, com aumento de 13,8% na folha de pagamento, e montadoras, com reajuste de 12,8%. ?O quadro do Paraná é similar ao que é visto na indústria brasileira?, observou a economista.

Já os setores que registraram queda no valor da folha de pagamento foram outros produtos da indústria de transformação (-13,6%), borracha e plástico (-12,8%) e madeira (-4,8%). Das 18 atividades, 12 apresentaram aumento na folha e seis queda. Com relação às horas pagas, no Paraná não houve variação.

Junho

Na comparação com junho, a pesquisa do IBGE mostra que a desaceleração na indústria já chegou ao mercado de trabalho. Em julho, o nível de emprego industrial se manteve estável na série com ajuste sazonal. No mês anterior, o nível de emprego havia recuado 0,6% na mesma base de comparação.

Segundo o IBGE, a estabilidade do nível de emprego entre junho e julho após a queda do mês anterior levou a uma redução do patamar de crescimento do mercado de trabalho industrial. A desaceleração se traduz numa queda de 0,2% entre os trimestres encerrados em junho e julho, segundo a média móvel trimestral.

A renda do trabalhador na indústria também não teve fôlego para se recuperar e registrou leve queda de 0,1% na comparação com junho. O recuo foi menor do que no mês anterior, quando a renda caiu 2,4% na comparação com maio.

Em relação a julho de 2004, nove das 14 áreas investigadas pelo IBGE tiveram um número maior de admissões do que de demissões.

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