Os setores de alimentos e bebidas, vestuário e meios de transporte (montadoras) puxaram para cima o nível de emprego industrial do Paraná no mês de março, que fechou com crescimento de 5,7% em relação a março do ano passado. O desempenho foi o segundo maior entre os 14 locais pesquisados -atrás apenas da região Norte e Centro-Oeste, que apresentou elevação de 6% – e acima da média nacional, que ficou em 2,2%. Os dados fazem parte da pesquisa Emprego Industrial divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Paraná, dos 18 segmentos industriais, 13 registraram crescimento em março e cinco, queda. Entre os setores que provocaram maior impacto, destaque para a indústria de alimentos e bebidas, com crescimento de 11,7%, indústria do vestuário (23%) e meios de transporte (18,5%). ?São setores relacionados à agroindústria, como é o caso de alimentos e bebidas, e ao mercado interno – caso da indústria do vestuário e veículos automotores?, apontou a economista Denise Cordovil, da coordenação da pesquisa indústria do IBGE. Na outra ponta, registraram queda no nível de emprego os setores outros produtos da indústria de transformação (-7,6%), madeira (-3,4%) e produtos têxteis (-8,1%).
No primeiro trimestre, o nível de emprego na indústria acumula crescimento de 6% no Paraná, contra avanço de 2,7% no índice nacional. Também nos últimos 12 meses, o emprego industrial cresceu 5,3% no Paraná, enquanto no País, 2,7%.
De janeiro a março, 11 setores registraram avanço no nível de emprego no Paraná e sete, queda. Entre os maiores crescimentos, destaque para o setor de alimentos e bebidas (12,1%), vestuário (23,6%) e meios de transporte (18,3%). ?Os setores mais dinâmicos da indústria paranaense, que registram índices positivos na produção, são também aqueles que mais empregam?, observou a economista.
Rendimentos
Com relação aos rendimentos dos trabalhadores que atuam na indústria, no Paraná houve aumento real de 6,9% em março na comparação com março de 2004; acima da média nacional, que ficou em 4,5%. Os setores que promoveram os maiores aumentos salariais foram o de produtos químicos (52,24%), meios de transporte (14%) e alimentos e bebidas (12%). Houve setores, no entanto, em que a folha de pagamento real reduziu. É o caso do setor de fabricação de outros produtos da indústria de transformação (queda de 21,3%) e máquinas e equipamentos (-8,2%).
País
Em nível nacional, o emprego industrial recuou 0,2% em março na comparação com fevereiro. Em fevereiro, a pesquisa havia registrado recuo de 0,1%. Em compensação, a folha de pagamento do trabalhador da indústria cresceu 1,4%, o quarto resultado consecutivo de expansão.
Na comparação com março do ano passado, houve aumento de 2,2% no nível de emprego industrial. Essa é a décima terceira taxa positiva nesta base de comparação. Das 14 áreas pesquisadas, 11 apresentaram crescimento no total de empregos em relação a março de 2004, com destaque para São Paulo (2,2%), Minas Gerais (4,9%) e região Norte e Centro-Oeste (6,0%). O maior impacto negativo veio do Rio Grande do Sul (-4,4%) em conseqüência da queda expressiva em calçados e artigos de couro (-18,3%).
Oportunidades formais estabelecem novo recorde
Brasília (ABr) – O ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, descartou qualquer influência negativa da política monetária no mercado de trabalho. Ele lembrou que o objetivo do governo é reduzir os juros e estabelecer um cenário econômico estável no país. ?É bom sempre ressaltar que o desempenho econômico, na parte que mais interessa ao povo, que é a geração de emprego, demonstra-se em processo de expansão, e não de retração. Por isso, não tenho nenhuma razão objetiva, estatística, para supor que haja impacto negativo da política monetária no mercado de trabalho?, disse o ministro, ao apresentar o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referente ao mês de abril.
O cadastro mostrou que 266.095 empregos com carteira assinada foram criados em abril, 1,07% a mais do que em março. O melhor resultado dos quatro primeiros meses do ano, desde o início da série do cadastro em 1992. De janeiro a abril deste ano, 558.317 pessoas foram contratadas, um crescimento de 24% em comparação ao mesmo período do ano passado que registrou a contratação de 534.939 trabalhadores. Segundo o ministro, em 28 meses, 2,7 milhões de empregos formais foram criados.
O setor de serviços foi o que mais empregou em abril, 87.475 postos, crescimento de 0,89% em relação a março. Seguido pela indústria de transformação (79.495), de bebidas e alimentos (51.010), agricultura (44.207), comércio (33.308) e construção civil (14.532).
Berzoini informou outro recorde: a média de geração de 127 mil empregos por mês no último ano. Com os bons resultados, o ministro está otimista com o cumprimento da promessa do governo de criar 10 milhões de ocupações até o final do mandato. A estimativa de Berzoini é gerar mais de 1,5 milhão de vagas só neste ano.
Ele explicou que o número de empregos deve aumentar no segundo semestre por causa da liberação de linhas de crédito e investimentos públicos na construção civil. ?Emprego gera emprego. Emprego gera poder aquisitivo, que realimenta a cadeia de geração de emprego. Não há nenhuma razão para supormos que não vá continuar esse processo de retomada?, afirmou.
Berzoini disse que a pesquisa por domicílio (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografica e Estatística (IBGE), que será divulgada em setembro, vai trazer o melhor retrato do mercado de trabalho desde o início do governo Lula. Mas o ministro estima que cerca de cinco milhões de ocupações foram criadas desde janeiro de 2003.
Para o ministro, com a retomada da criação de postos de trabalho, a taxa de desemprego poderá cair 1,5 ponto percentual até dezembro em comparação ao mesmo mês de 2004.