O nível de emprego na indústria brasileira encerrou seu pior semestre desde a criação da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2001. O emprego industrial recuou 5,1% nos seis primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o instituto, a queda recorde é consequência direta da evolução negativa da produção industrial que, no período, registrou um recuo de 13,4%. Na comparação entre junho e o mesmo mês do ano anterior, a queda de 6,6% também representou a pior taxa negativa já registrada nessa base de comparação.
“O setor industrial foi o mais atingido pela crise e a situação do emprego na indústria fica sendo mais delicado”, afirmou Isabella Nunes, gerente de Análise e Estatísticas Derivadas da Indústria do instituto. No semestre, o recuo do emprego industrial foi disseminado em regiões e setores. Ele recuou em todas as 14 regiões pesquisadas, sobretudo em São Paulo (-3,9%), Minas Gerais (-6,7%), região Norte e Centro-Oeste (-8,3%) e Rio Grande do Sul (-6,8%).
Entre os setores, 15 apresentaram resultados negativos, com destaque para vestuário (-9,1%), meios de transporte (-7,6%), calçados e artigos de couro (-10,6%) e produtos de metal (-8,3%). “Essa queda foi disseminada em São Paulo e Minas Gerais, que correspondem juntas por 47% do emprego industrial brasileiro. Regiões com indústrias mais fortes sofrem mais com emprego”, completou.