O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) acredita que a recuperação do emprego industrial só ocorrerá no segundo semestre. Em relatório divulgado na sexta-feira, a entidade afirma que não está claro qual será o comportamento tanto da produção industrial como dos ocupados na indústria neste segundo trimestre.
De acordo com os economistas da entidade, é provável que neste segundo trimestre nem produção nem emprego apresentem resultados favoráveis que possam sinalizar uma inequívoca recuperação. “Tudo indica que uma possível recuperação só virá no segundo semestre do ano”, dizem os economistas do Iedi.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira que o emprego industrial recuou 0,4% em março na comparação com fevereiro, na série livre de influências sazonais, após ter registrado recuo de 0,3% em janeiro e de 0,1% em fevereiro. Na comparação com março de 2011, houve baixa de 1,2% – o sexto resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde dezembro de 2009 (-2,4%).
“Já sabemos que a evolução da produção industrial é recessiva nos últimos meses, de setembro do ano passado a março deste ano, e que no primeiro trimestre do ano a atividade produtiva da indústria é 3% menor do que era em igual período de 2011, mas com os dados de emprego divulgados pelo IBGE o quadro da indústria ganhou uma pincelada cinza”, afirma o relatório do Iedi.
O resultado do emprego industrial no primeiro trimestre, segundo o Iedi, acumula retração de 0,8% no comparativo com igual período do ano passado, um dos piores resultados da série histórica para um primeiro trimestre. Para a entidade, um dos agravantes desse cenário é o que ocorre em São Paulo.
“O número de ocupados na indústria paulista vinha recuando a taxas expressivas de maio do ano passado até fevereiro deste ano, e em março o resultado não foi diferente. Caiu 3,5%. No primeiro trimestre, o emprego na indústria paulista despencou 3,1% em relação a igual período do ano passado”, descreve o relatório.