O emprego industrial no Brasil voltou a cair em julho. Em relação a junho, a redução foi de 0,3%. Comparado a julho de 2001, houve diminuição de 1,2% no número de postos de trabalho. Também houve recuo de 1,6% no acumulado do ano. Na indústria paranaense, o nível de ocupação apresentou variações de -0,2% sobre o mês anterior, de -0,4% na comparação com julho do ano passado e de -1,1% de janeiro a julho deste ano. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES) do IBGE, divulgada ontem.
O decréscimo verificado de junho para julho refletiu a queda de nove das quatorze áreas e de doze dos dezoito ramos industriais pesquisados. A contribuição mais pesada para o resultado negativo da indústria total veio de São Paulo (-0,7%), seguido do Rio Grande do Sul (-1,1%), Espírito Santo (-0,4%), Pernambuco (-0,3%), Paraná e Rio de Janeiro (ambos com -0,2%). Com destaque positivo na expansão da mão-de-obra, figuram: Norte e Centro-Oeste (1,5%) e Santa Catarina (0,1%).
Os principais impactos negativos foram papel e gráfica (-2,6%) e fumo (-25,2%). As principais contribuições positivas foram as de calçados e couros (1,4%), alimentos e bebidas (0,4%) e refino de petróleo e produção de álcool (3,3%).
Já na comparação com julho de 2001, houve queda de 1,2%, a menos acentuada de 2002. Oito das regiões pesquisadas diminuíram o contingente de trabalhadores. As principais contribuições negativas foram de São Paulo (-3,8%), e Rio de Janeiro (-4,7%). As principais contribuições positivas foram de Santa Catarina (3,9%) e Rio Grande do Sul (1,2%).
As maiores retrações nessa base de comparação ocorreram em: máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-14,2%), outros produtos da indústria de transformação (-5,4%), fabricação de meios de transporte (-3,1%) e vestuário (-2,4%). Os principais impactos positivos foram de alimentos e bebidas (3,9%), refino de petróleo e produção de álcool (29,8%) e fumo (23,8%).
A queda de 1,6% no acumulado do ano resultou de variações negativos em nove das quatorze áreas e quinze dos dezoito segmentos. Novamente, São Paulo (-3,6%) e Rio de Janeiro (-6,1%) representaram as principais contribuições negativas, enquanto Santa Catarina (4,5%) exerceu a principal influência positiva.
Entre os setores, 15 divisões diminuíram o número de pessoas ocupadas em 2002, particularmente máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-12,9%), madeira (-7,3%), outros produtos da indústria de transformação (-4,5%) e fabricação de meios de transporte (-3,4%). Do lado positivo, os destaques foram refino de petróleo e produção de álcool (35,6%), alimentos e bebidas (2,0%) e fumo (18,2%).
Salário
Contrastando com a redução na ocupação, o valor da folha de pagamento do setor industrial retomou o crescimento em relação a junho (0,4%). Porém, os indicadores continuam negativos em relação a julho de 2001 (-2,2%) e no acumulado do ano (-2,4%) no acumulado do ano. No Paraná, a folha de pagamentos teve ligeiro aumento (0,2%) na passagem de junho para julho, mas continua com desempenho negativo em relação a julho de 2001 (-2,0%) e em 2002 (-2,0%). No Brasil, o valor médio da folha de pagamento cresceu 0,7% na comparação com o mês anterior e caiu 1,1% frente a julho/01 e -0,8% no acumulado do ano.
A pesquisa do IBGE apontou leve elevação do número de horas pagas em julho, comparado a junho: 0,6%. Em relação a julho de 2001 e ao acumulado do ano, as taxas seguiram negativas: -1,4% e -2,2%. Nesse item, a indústria paranaense apresentou alta de 0,68% sobre junho, 0,14% em relação a julho de 2001, e -0,8% no ano. No País, a jornada média teve ampliação de 0,9% no mês, mas caiu 0,2% frente a julho de 2001 e -0,6% no acumulado do ano.
