O pessoal ocupado na indústria paranaense apresentou queda de 0,1% no comparativo de agosto de 2002 com agosto de 2001, conforme a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) divulgada ontem pelo IBGE. De julho para agosto, o nível de emprego industrial no Estado caiu 0,4%, acumulando recuo de 1,0% nos oito primeiros meses desse ano.
No País, houve redução de 0,3% em relação a julho, com retração em nove das quatorze regiões pesquisadas. Também foram registradas quedas nacionais na comparação com agosto do ano passado (-1,1%) e no acumulado do ano (-1,3%). Nestes dois indicadores, o Paraná ficou melhor posicionado. “Os resultados negativos apresentados no Paraná são de menor intensidade que os apresentados pelo total do País”, observou a economista Denise Cordovil, técnica do Departamento de Indústria do IBGE. Ela salientou que o indicador mês contra mês anterior tem muita influência sazonal, enquanto o comparativo mensal e o acumulado do ano indicam tendências.
O Paraná responde por cerca de 6% do resultado mensal de emprego industrial brasileiro. No comparativo agosto 02/agosto 01, houve redução de postos de trabalho em dez dos dezoito gêneros investigados no Estado. As principais influências negativas para a queda de 0,1% ocorreram em: outros produtos da indústria de transformação, que engloba fabricantes de móveis e indústrias diversas como instrumentos musicais, vassouras e brinquedos (-26,9%) e madeira (-10,7%). Os destaques positivos – alimentos e bebidas (7,5%) e vestuário (17%) – não foram suficientes para deixar a taxa positiva.
No acumulado do ano, as principais contribuições negativas para a diminuição de 1,0% na ocupação industrial do Paraná foram: madeira (-13,8%) e outros produtos da indústria de transformação (-16,1%). Houve incremento de 9,4% em alimentos e bebidas e de 6% em vestuário. Apesar da tendência de redução da queda de emprego no Estado, verificada nas comparações mensais (-1,1% em junho 02/junho 01, -0,4% em julho 02/julho 01, e -0,1% em agosto 02/agosto 01), a alta dos juros Selic de 18% para 21% ao ano deve prejudicar o desempenho do setor industrial neste final de ano. “Até agosto se observa tendência de estabilidade na produção industrial e o emprego acompanha essa conjuntura. Mas os percalços econômicos, como queda do rendimento e alta dos juros, afetam a produção industrial”, considera a técnica do IBGE.
Brasil
Em relação a agosto de 2001, os principais impactos negativos para a taxa nacional foram constatados em São Paulo (-3,6%), Rio de Janeiro (-5,6%) e Bahia (-3,0%). As principais influências positivas vieram da região Norte e Centro-Oeste (4,5%) e de Santa Catarina (3,7%). No País, os setores que mais pesaram na dispensa de trabalhadores foram: máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-13,2%), outros produtos da indústria de transformação (-8,7%), produtos de metal (-4,6%) e fabricação de meios de transporte (-3,8%).
A redução de 1,3% na ocupação industrial neste ano reflete quedas em seis regiões e em quinze segmentos industriais, sendo os principais destaques negativos: máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-12,9%) e madeira (-6,7%).
Rendimento
O valor da folha de pagamento da indústria brasileira registrou variações de -1,6% de julho para agosto, -2,0% contra agosto de 2001 e -2,4% no acumulado do ano. No Paraná, houve decréscimo de 1,2% em relação a julho, crescimento de 1,9% sobre agosto do ano passado e redução de 1,6% em 2002.
A jornada de trabalho na indústria nacional recuou 0,2% na passagem de julho para agosto, 1,5% frente a agosto de 2001 e 1,9% no período de janeiro a agosto. No Estado, o número de horas pagas aos trabalhadores caiu 0,4% em agosto e aumentou 0,6% comparado a agosto do ano passado, mas mesmo assim acumula queda de 0,5% no ano.