O emprego na indústria cresceu 0,2% em julho na comparação com o mês anterior, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o terceiro mês seguido de alta; no período, a expansão do número de pessoas ocupadas no setor chega a 1,7%.
Na comparação com julho de 2003, o crescimento foi de 2,3%, a maior marca desde o início da série, em janeiro de 2002. No acumulado do ano, o aumento foi de 0,5%.
Na comparação com mesmo mês do ano passado, a taxa de 2,3% é conseqüência da ampliação no nível de emprego em 12 das 14 áreas pesquisadas. Em termos regionais, destacam-se os índices para a região Sul (3,4%), São Paulo (1,5%) e Minas Gerais (4,5%).
O Paraná, com crescimento de 4,2% no período, foi o que exerceu maior impacto sobre o índice da região Sul. Entre os setores que mais empregaram no período, destaque para o vestuário (aumento de 14%), máquinas e equipamentos (14,7%) e meios de transporte (7,5%). Na outra ponta, a atividade de produtos de metal registrou queda de 5% no nível de emprego.
No acumulado do ano, o Paraná apresenta crescimento de 2,8% no nível de empregos, com destaque para as atividades de alimentos e bebidas (5,3%) e máquinas e equipamentos (12,8%). Nos 12 meses, o crescimento foi de 2,5% – desempenho acima da média nacional (-0,3%). “O Paraná faz parte de um grupo onde a presença de exportações e da agroindústria é muito grande, e onde há dinamismo de empregos”, analisou a economista Isabela Nunes Pereira, responsável pela pesquisa no IBGE.
Já a folha de pagamentos no Paraná registrou em julho aumento de 6,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, impulsionado sobretudo pelos setores de máquinas e equipamentos (27,2%) e alimentos e bebidas (10,7%). O desempenho do Paraná, no entanto, ficou aquém da média nacional, que registrou aumento de 8,3% sobre julho passado e 0,7% sobre junho.
Desempenho nacional
Em nível nacional, os destaques setoriais foram máquinas e equipamentos (15,8%) e alimentos e bebidas (3,0%), que sobressaíram como as principais influências positivas. Houve também o aumento das contratações na atividade de fumo (97,2%) para a safra deste ano, superior à de 2003, que, por problemas climáticos, se encerrou em junho.
Nesta mesma comparação, houve aumento em termos reais na folha de pagamento de todos os 14 locais pesquisados. Novamente, a indústria de São Paulo (6,3%) apresenta a contribuição de maior impacto na formação da taxa global de 8,3%, influenciada, sobretudo, pelo crescimento no setor de máquinas e equipamentos (34,9%). Rio de Janeiro também é destaque (29,9%), em razão do avanço atípico revelado nas indústrias extrativas (213,3%), que tiveram pagamento de bônus e participações nos lucros.
Ainda nesta comparação, em nível setorial são observados, no total do País, ganhos reais na folha de pagamento em 14 dos 18 setores pesquisados. As expansões de maior impacto na taxa global foram da atividade de máquinas e equipamentos (23,7%), seguida por indústrias extrativas (52,9%), alimentos e bebidas (7,3%) e meios de transporte (7,8%). Em contraposição, entre os quatro ramos que reduzem a folha de pagamento real, sobressaem produtos de metal (-8,8%) e papel e gráfica (-3,7%).