Emprego industrial começa a se recuperar em SP, diz IBGE

A taxa de emprego industrial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de junho apresentou a quarta estabilidade registrada neste ano. Rodrigo Lobo, técnico do IBGE, ressaltou que o dado aponta para o início de uma recuperação em São Paulo, maior parque industrial do País, que registrou um aumento de 0,1% no emprego industrial em junho, depois de um recuo de 0,7% em maio.

“São Paulo mostra uma recuperação do emprego industrial, acompanhando a produção. No País, no entanto, o quadro continua sendo de estabilidade”, avaliou Lobo. Também no indicador das horas pagas, São Paulo registra três altas consecutivas. Por ser o maior parque do País, o impacto é alto sobre o indicador.

O técnico destacou ainda que a Região Nordeste segue na direção contrária, ao liderar há alguns meses os recuos no emprego industrial. A queda acontece apesar de a produção manter taxas “bastante expressivas” de crescimento em função da baixa base comparação em 2012, ano de desempenho fraco na região.

De acordo com a pesquisa, a queda está focada nos setores intensivos de mão-de-obra, como vestuário, produtos têxteis, calçado e couro, e também no setor de refino de petróleo. “É um setor que tem sinal invertido, tem crescido a produção, mas apresenta recuo no emprego industrial. Isso pode ser um ganho de produtividade nessa atividade”, afirma Lobo.

Na avaliação geral do pesquisador, “o emprego na indústria não acompanha o ritmo de produção industrial”. Rodrigo Lobo destacou que, em 2013, foram quatro resultados positivos na produção, mas o medo dos altos custos de admissão e demissão freou novas contratações. “Houve dois resultados negativos muito intensos, o que faz com que o empresariado fique relutante. Eles entendem que não há uma sustentação do emprego na produção”, avaliou.

Já para a folha de pagamento, a queda de 1,7% registrada após dois meses de alta (maio e abril) é relacionada à incorporação nesse período de lucros e resultados aos salários dos empregados. “A folha é bastante sensível ao pagamento de lucros e resultados e, nos meses anteriores, tinham sido pagos esses benefícios em empresas importantes do setor extrativo”, concluiu Lobo.

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