Emprego industrial cai pelo oitavo mês

O emprego industrial no Paraná encerrou o mês de março com queda de 3,4% na comparação com igual mês do ano passado. Foi o oitavo resultado negativo consecutivo neste tipo de comparação. A última taxa positiva foi de 0,9% em julho do ano passado. Em nível nacional, a queda foi de 0,9% na comparação com março do ano passado e de 0,3% na comparação com fevereiro. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos 18 setores industriais pesquisados no Paraná, onze registraram redução no emprego, com destaque para a atividade madeireira (-24,9%), vestuário (-8,2%) – ambas intensivas em mão-de-obra -, além de máquinas e equipamentos, principalmente agrícolas. Segundo a economista Denise Cordovil, da Coordenação de Emprego Industrial do IBGE, os dois primeiros setores (madeira e vestuário) estão atrelados especialmente ao câmbio valorizado, ?que prejudica as exportações e facilita a entrada de produtos importados?.

Na outra ponta, setores como o de alimentos e bebidas e de refino de petróleo e produção de álcool registraram índices positivos de 5,9% e 19,3%, respectivamente.

Em nível nacional, o emprego industrial caiu em nove das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, e o resultado foi o recuo de 0,9% – a sétima taxa negativa consecutiva neste indicador. Os locais responsáveis pelos principais impactos negativos no cômputo geral foram: Rio Grande do Sul (-9,0%), região Nordeste (-3,0%) e Paraná (-3,4%). Na indústria gaúcha, entre os 12 ramos que reduziram o número de pessoas ocupadas, calçados e artigos de couro (-21,2%) exerceu a influência mais importante no índice geral. Na indústria nordestina, o impacto de alimentos e bebidas (-5,3%) foi o mais significativo entre os 12 setores que mostraram resultados negativos.

Em contraste, a região Norte e Centro-Oeste (7,6%) e Minas Gerais (3,1%) representaram os principais impactos positivos, beneficiados, sobretudo, por alimentos e bebidas (17,3% e 16,9%, respectivamente). Em termos setoriais, no total do País, as principais contribuições negativas no resultado global vieram das indústrias de calçados e artigos de couro (-12,9%), máquinas e equipamentos (-8,2%) e madeira (-13,9%). Em sentido contrário, alimentos e bebidas (8,0%) exerceu a pressão positiva mais significativa na indústria geral, seguido, em menor medida, por máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações ( 6,1%) e meios de transportes (2,7%).

Folha de pagamento

Com relação à folha de pagamento, houve em março redução de 9% no Paraná e de 0,8% na média nacional. No Estado, as maiores quedas foram verificadas nos setores de produtos químicos (-46,7%) – atividade que não é grande empregadora de mão-de-obra -, madeira (-24,6%) e máquinas e equipamentos (-10,1%).

Em nível nacional, a indústria do Rio Grande do Sul (-10,2%) respondeu, assim como no mês anterior, pela contribuição de maior impacto negativo na formação da média global, ainda bastante influenciada pelo setor de calçados e artigos de couro (-26,7%).

Também sobressaíram com pressões negativas, embora em menor escala, Paraná (-9,0%), Minas Gerais (-5,7%) e região Nordeste (-4,8%).

Ainda em relação a março de 2005, foram observados no total do País, em nível setorial, índices negativos em onze dos 18 ramos pesquisados, ficando os decréscimos de maior influência na média geral com máquinas e equipamentos (-11,7%) e indústrias extrativas (-26,0%), vindo a seguir calçados e artigos de couro (-15,7%) e madeira (-15,8%). Por outro lado, produtos químicos (12,0%), meios de transporte (8,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (14,6%) exibiram os principais impactos positivos na folha de pagamento real.

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