A indústria do Paraná está, finalmente, dando mostras de recuperação. Depois de encerrar o último trimestre de 2006 com queda de 1%, o emprego na indústria paranaense fechou o primeiro trimestre de 2007 com avanço de 1,8%. Foi uma das principais recuperações do País, ao lado do Rio Grande do Sul, onde o emprego industrial saltou de -7% no final do ano passado para -3,3% entre janeiro e março deste ano. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial de Emprego e Salário, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em março, o emprego na indústria do Paraná cresceu 2,3% na comparação com igual mês do ano passado – a maior taxa desde maio de 2005, quando o crescimento havia sido de 3,1%. Em nível nacional, o resultado de março, de 1,7%, também foi a maior desde maio de 2005.
?Está aumentando a confiança por parte dos empresários. As sondagens junto às indústrias mostram que elas estão mais propensas a investir; o ambiente econômico está mais favorável?, analisou a economista Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE.
No Paraná, 11 dos 18 setores pesquisados registraram aumento no emprego em março. Os maiores impactos vieram da indústria de alimentos e bebidas (com alta de 7,3%) – impulsionada tanto pelo mercado interno como externo – e indústria de meios de transportes (montadoras), com aumento de 22%. A indústria de produtos químicos também teve bom desempenho: alta de 16%. No caso das montadoras, segundo a economista do IBGE, a expansão do crédito e a redução dos juros vêm incentivando a venda de veículos no mercado interno. Por outro lado, a indústria da madeira segue reduzindo postos de trabalho (queda de 12,3%). Também a metalurgia básica e a indústria de produtos de metal registraram índices negativos: -15% e -9%, respectivamente.
Folha de pagamento real
Já a folha de pagamento real avançou 2,98% no Paraná no primeiro trimestre – desempenho abaixo da média nacional, que ficou em 4,4%. O setor que mais se destacou positivamente foi o de meios de transportes (montadoras), com crescimento de 20,2% na folha de pagamento. O segundo impacto positivo veio da indústria de alimentos e bebidas, com avanço de 5,8%. Já na indústria da madeira, a folha de pagamento real caiu quase 23%.
País
Em nível nacional, o emprego na indústria passou de 0,6% no último trimestre de 2006 para 1,2% no primeiro trimestre de 2007. Segundo o IBGE, oito setores aumentaram suas participações no resultado global, com destaque para máquinas e equipamentos, que passou de -2,2% para 1,7%, refletindo a maior produção de bens de capital e a retomada da produção agrícola, e produtos de metal (de 2,2% para 4,7%). Ao todo, dez dos 14 locais pesquisados apresentaram melhora dos índices nesta comparação.