O nível de emprego na indústria do Paraná avançou 4,3% em abril na comparação com abril do ano passado. O índice ficou acima do desempenho nacional, cujo crescimento foi de 3,1%. No acumulado do ano (janeiro a abril), o Paraná também avançou mais: 5,7%, contra elevação de 2,7% no País. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Paraná, 12 dos 18 setores pesquisados apresentaram aumento no nível de emprego em abril, com destaque para a indústria de alimentos e bebidas (crescimento de 13%), vestuário (10%) e meios de transporte/montadoras (17,2%). Com queda, aparece o setor de madeira (-9,2%), de outros produtos da indústria de transformação (-5,7%) e de produtos de metal (-3,4%). Já no acumulado do ano, os destaques ficam por conta, novamente, da indústria de alimentos e bebidas (12,7%) e vestuário (18,1%). Em queda, outros produtos da indústria de transformação (-8,8%) e madeira (-3%).
?De modo geral, os setores que estão se destacando na indústria paranaense, tanto na mão-de-obra como na folha de pagamento são alimentos e bebidas, puxados pela agroindústria, como meios de transporte?, observou a economista Denise Cordovil, da Coordenação de Indústria do IBGE. Os dois segmentos são voltados tanto para o mercado interno como externo.
Folha de pagamento
No Paraná, a folha de pagamento dos trabalhadores da indústria expandiu 3,6% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado – resultado um pouco abaixo da média nacional, que ficou em 4%. Os setores que registraram os maiores aumentos na folha de pagamento foram alimentos e bebidas (14,1%), meios de transporte (15,6%) e produtos químicos (10,4%). Em queda, os maiores impactos vieram da indústria de madeira (-6,7%), outros produtos da indústria de transformação (-14,1%) e minerais não metálicos (-12,1%).
Já no acumulado do ano (janeiro a abril), a folha de pagamento aumentou 5,6% no Paraná e 3,8% na média nacional, na comparação com o primeiro quadrimestre de 2004. Comparação com março
Na comparação com março, o nível de emprego cresceu 0,6% no País, enquanto a renda dos trabalhadores caiu 2,3%. Neste tipo de comparação (abril em relação a março), o IBGE faz a pesquisa apenas em nível nacional e não por estado.
Para a economista do IBGE, a queda de 2,3% na renda é normal para esta época do ano. ?Nos primeiros meses do ano, há a influência do pagamento do 13.º salário, de férias. Há, portanto, uma concentração de benefícios?, argumentou. Nos quatro meses anteriores a abril, segundo a pesquisa do IBGE, a folha de pagamento havia acumulado alta de 8%.
Na comparação com abril do ano passado, a elevação do nível de emprego na indústria ocorreu em 11 das 14 áreas pesquisadas, com destaque para São Paulo (4,9%) e Minas Gerais (4,6%), que tiveram maior impacto sobre o índice. Já as indústrias do Rio Grande do Sul (-4,3%) e do Rio de Janeiro (-1,3%) exerceram as principais pressões negativas ao índice de nível de emprego. O crescimento de 3,1% no nível de emprego industrial é a 14.ª taxa positiva nesta base de comparação.
Exportações cresceram em US$ 700 milhões
O desempenho das exportações do setor industrial, em especial das cadeias automotiva, de frango, carnes e madeiras, influenciou positivamente as vendas internacionais do Paraná neste ano. Entre janeiro a maio, a indústria embarcou US$ 700 milhões a mais do que no mesmo período de 2004. As exportações de produtos industrializados renderam US$ 2,5 bilhões, contra US$ 1,8 bilhão no ano passado.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados ontem pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, no geral as exportações estaduais cresceram no período 18,51%, atingindo US$ 3,8 bilhões, contra US$ 3,2 bilhões no ano passado.
Somente em maio, as exportações paranaenses atingiram US$ 902 milhões, uma alta de 8,3% em relação ao mesmo mês de 2004 (US$ 833 milhões). Com isto, o Paraná foi o terceiro estado exportador do Brasil. Dados do Centro Internacional de Negócios da Fiep (CIN) apontam que 33 indústrias realizaram a sua primeira exportação no mês passado. Entre os novos embarcadores estão empresas dos setores de vestuário, plásticos, artesanato, biosegurança, saúde, alimentos, entre outros.
Saldo em queda
A valorização do real frente ao dólar incentivou as importações e fez com que o saldo da balança comercial caísse pela primeira vez nos últimos dois anos. O resultado das exportações ainda é positivo, mas ficou em US$ 1,795 bilhão, entre janeiro a maio de 2005. No ano passado, no mesmo período, o superávit foi de US$ 1,883 bilhão.
Nos cinco primeiros meses deste ano, as importações paranaenses cresceram 47,21%, alcançando a marca de US$ 2 bilhões. No ano passado, as compras internacionais ficaram em US$ 1,3 bilhão no período, com acréscimo de apenas 5,42% na comparação com 2003.
Destino
Em 2005, o maior comprador do Paraná continua sendo os Estados Unidos, para onde as vendas cresceram 32,05%, alcançando US$ 564 milhões. Depois, vem a Alemanha, com alta de 100,36% (US$ 414 milhões), e a China (US$ 283 milhões).