O nível de emprego com carteira assinada no Paraná cresceu 0,32% em outubro, correspondendo à geração de 4.939 postos de trabalho. Pelo segundo mês consecutivo, o desempenho da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) superou o do interior do Estado. Com crescimento de 0,53% – o melhor resultado mensal do ano e o maior entre as regiões metropolitanas do País – a RMC abriu 3.294 vagas, elevando para 609.575 o total de trabalhadores formais. No Estado, o número de trabalhadores com carteira passou para 1.489.772.

Os dados foram divulgados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego. O acréscimo de 0,32% no nível de emprego estadual foi o segundo menor índice de 2002, refletindo as reduções na agricultura (-1.476 empregos) e indústria de alimentação (-3.206), em função da entressafra. Mesmo assim, ficou acima da média nacional (0,16%).

O saldo de vagas abertas no mês passado foi o quarto maior do País, porém em termos percentuais, o Paraná ficou em décimo sexto lugar no ranking dos estados brasileiros. Os setores que mais geraram empregos em outubro foram: comércio (2.763) e serviços (1.942), respondendo por mais de 95% do total de empregos gerados no Estado. “É um bom nível de emprego para outubro, quando a indústria já está finalizando as contratações, mas serviços e comércio continuam contratando”, comenta o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese.

No acumulado do ano, foram criados 86.123 empregos com carteira no Paraná, o terceiro maior volume entre os estados e a oitava maior variação (6,14%), acima da média nacional (4,82%). 77,37% das vagas novas surgiram no interior. Nos últimos doze meses, foram abertos 59.452 postos de trabalho. O incremento de 3,95% deixou o Estado na décima segunda colocação entre as unidades da federação, com o quarto maior número de empregos gerados.

Já o desempenho positivo do emprego na RMC em outubro foi sustentado pela indústria de transformação (1.258 vagas), comércio (906) e serviços (959). No acumulado do ano, a RMC ocupa a segunda posição entre as nove regiões metropolitanas pesquisadas pelo Caged, com saldo de 19.491 vagas (3,30%). Nos últimos doze meses, o nível de emprego com carteira cresceu 2,36%, equivalendo à criação de 14.500 postos de trabalho e deixando a Grande Curitiba em sexto lugar no ranking nacional.

Para novembro, a tendência é de redução no nível de emprego formal, porque o maior volume de contratações temporárias em comércio e serviços já ocorreu até outubro, explica Cordeiro.

Desemprego

Apesar da evolução do emprego formal no Paraná, o desemprego continua preocupante. O Dieese estima 190 mil desempregados na RMC, o que representa 15% da População Economicamente Ativa (PEA). “O Brasil deve fechar o ano com a segunda maior taxa de desemprego desde o início do Plano Real”, observa Cordeiro, salientando que a PEA está crescendo acima da expansão da ocupação.

Ela chama a atenção para a contradição entre os bons indicadores econômicos de produção e vendas no quarto trimestre e o aumento do desemprego e queda da renda do trabalhador curitibano, de 10,3% nos últimos doze meses. “O aumento da produção industrial e das vendas do comércio está sendo puxado pela alta das exportações e pelo efeito da renda agrícola, que ativa a economia no interior do Estado”, acentua Cordeiro. “Mas os segmentos que mais exportam são os de alta produtividade, que empregam menos mão-de-obra. E a renda cai porque a inflação está disparada e parte dos trabalhadores não recebem o zeramento da inflação”.

Professores vão cobrar avanço

Olavo Pesch

Cansados de esperar o pagamento dos avanços diagonais e verticais, os professores estaduais programaram uma manifestação para a próxima quinta-feira, às 10h, em frente ao prédio da Secretaria da Fazenda do Paraná (Sefa), na Rua Vicente Machado, centro de Curitiba. A APP-Sindicato espera reunir dois mil professores no ato público para cobrar uma solução do governo estadual para a pendência.

Por lei, as promoções devem ser pagas anualmente em outubro aos docentes habilitados. Nesse ano, o governo não fez o depósito que representaria um acréscimo médio de R$ 58 no salário de 15.211 professores. Como deixou de pagar os avanços em outubro e novembro, o Estado já deve R$ 1,784 milhão. Mais 2.300 professores tiveram o direito aos avanços de 98 reconhecidos no mês passado pela Procuradoria Geral do Estado. No dia 12, o secretário da Fazenda, Ingo Hübert, prometeu ao presidente da APP, José Rodrigues Lemos, que iria providenciar os recursos, mas até ontem não havia uma definição.

Falta de dinheiro não é desculpa, segundo Lemos, já que a conta do Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério) aponta saldo superior a R$ 70 milhões. Na reunião da última terça-feira, o Confema (Conselho de Acompanhamento Social dos Recursos do Fundef), que tem participação de dois representantes do governo do Estado, aprovou por unanimidade a aplicação dos recursos do Fundef para pagamento dos avanços, décimo terceiro salário, terço de férias e substituições de professores.

“O governo não está destinando o percentual mínimo de 60% do Fundef para a folha de pagamentos. Esse dinheiro deve ser usado nesse exercício, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite deixar dívidas para o ano seguinte. O Paraná vem fazendo sobrar contabilmente esse recurso todo ano, mas acaba destinando para outras despesas na hora de fechar o balanço”, criticou Lemos.

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