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Oportunidades de trabalho continuam crescendo. |
Brasília (AE) – As empresas abriram em outubro 129,7 mil vagas com carteira assinada no mercado de trabalho. Em relação a outubro do ano passado, houve um crescimento de 9,8%, já que naquele período foram criados 118,1 mil novos postos formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado ontem. Esse foi o segundo melhor resultado, para meses de outubro, desde o início da série histórica em 1991. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu a melhora no saldo do mês em relação a outubro de 2005 ao aumento do consumo interno.
?Não há milagre para gerar empregos: tem que haver crescimento econômico e aumento de consumo. É isso que determina a produção?, afirmou Marinho, acrescentando que em novembro a geração de novos empregos deverá, de novo, superar o número registrado no mesmo mês de 2005. No entanto, em comparação a setembro, houve redução na oferta de novos postos formais em outubro – o que deve se repetir em novembro. Isso porque, sazonalmente, nos três últimos meses do ano a oferta de vagas se reduz devido ao ajuste que as empresas começam a fazer em seu quadro de pessoal. Tradicionalmente, o mês de dezembro tem um resultado negativo no Caged.
De janeiro a outubro, o saldo positivo de novos postos formais está em 1,513 milhão, ante 1,526 milhão em igual período do ano passado, uma redução de 0,87%. Marinho manteve a aposta de que no total o ano de 2006 tenha resultado igual ao de 2005 na geração de empregos: 1,250 milhão. Entre janeiro de 2003 – início do primeiro mandato do governo Lula – e outubro deste ano foram criados 4,93 milhões de novos postos formais de trabalho, segundo o Caged, menos da metade dos 10 milhões prometidos na campanha da primeira eleição.
Entre as áreas que admitiram mais do que demitiram no mês passado, tiveram destaque serviços (55,7 mil), comércio (55,6 mil) e indústria (45,8 mil). Mais uma vez, apenas a agricultura foi o setor que demitiu mais do que contratou (29,2 mil postos a menos), comportamento atribuído ao período de entressafra na região centro-sul, especialmente Minas Gerais.
Construção
Nos dez meses deste ano, Marinho apontou a construção civil, que acumula a criação de 132,1 mil vagas de empregos com carteira assinada, como o grande destaque, porque esse é o melhor desempenho para períodos semelhantes desde o início da série do Caged. ?Esse resultado está refletindo a adoção de medidas de incentivo ao setor que dão, principalmente, maior previsibilidade de crédito às empresas no ano que vem e permite que elas façam investimentos?, disse o ministro, referindo-se à desoneração de materiais de construção civil e liberação de recursos mais baratos para o setor em 2007.
De janeiro a outubro, também se destacaram na acumulação de novas vagas os setores de serviços (551,9 mil), indústria (392,4 mil) e comércio (231,9 mil). São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro foram os estados que mostraram maior expansão de empregos formais. Os dados do Caged diferem das pesquisas de empregados e desempregados, do IBGE porque trata-se de um cadastro mensal que registra as contratações e as demissões feitas pelas empresas de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ficam de fora desta estatística, portanto, o setor público e os empregados domésticos. O IBGE pesquisa quem está ocupado, inclusive no setor informal, ou desocupado e procurando emprego.
Paraná teve o melhor outubro em 10 anos
O Paraná gerou em outubro mais 11.173 novos empregos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. O levantamento indica que foi o melhor mês para o mercado formal do estado da última década. Revela também que o número de empregos no Paraná cresce há 10 meses consecutivos.
Com o resultado do mês, apontam ainda os dados, são 105.251 mil empregados gerados neste ano no estado, número que ultrapassa o verificado em todo ano passado, de 72.374. Somados aos resultados verificados desde 2003, início do governo Roberto Requião, já são 362.643 novos postos de trabalho para os paranaenses, um número, para o período, recorde na história do Caged.
O governo do estado atribui esse resultado a diversos fatores, como os efeitos da política paranaense de estímulo à micro e pequena empresa, que troca impostos por empregos. A medida, implantada em 2003 pela Secretaria da Fazenda, vai ser ampliada em janeiro de 2007, quando sobe em 20% a faixa de isenção do ICMS para micros e pequenas empresas.
Dos 11.173 empregos criados em outubro, revela ainda o Caged, a maioria foi registrada no interior do Estado. A Região Metropolitana de Curitiba foi responsável no mês por 6.207 postos de trabalho. Na comparação do acumulado do ano, o interior também leva vantagem. Dos 105.251 novos postos de trabalho criados nos dez primeiros meses do ano em todo Paraná, 39.453 foram verificados na Região Metropolitana de Curitiba.
Entre os setores que mais geraram empregos em outubro no estado estão os de serviços (4.188), comércio (3.823) e indústria ( 2.695). No acumulado do ano, a liderança também ficou com o setor de serviços (34.691). Depois, aparecem os setores da indústria (33.852), do comércio 16.517) e da construção civil (7.692). (AEN)
Taxa de desemprego ?estabiliza? em 10%
Rio (AE) – A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do país na média de janeiro a outubro de 2006 foi de 10,2%, maior do que a taxa de 10% apurada no mesmo período do ano passado. Para o gerente de pesquisa do IBGE, Cimar Azevedo, não houve variação estatística significativa na taxa de um ano para o outro. ?Houve um empate neste ano em relação ao ano passado?, disse.
Segundo Cimar Azeredo, o mercado de trabalho ?nunca esteve tão formal como está agora? desde o início da série histórica da pesquisa, em março de 2002. O argumento de Azeredo é que o porcentual de ocupados com carteira assinada subiu para 41,5% em outubro deste ano, a maior fatia para os formais registrada desde o início da série. Em outubro do ano passado, por exemplo, o porcentual de ocupados com carteira nas seis regiões era de 40,1%.
Azeredo atribui a elevação no número de ocupados com carteira assinada ao aumento do rendimento e contratações em setores mais formalizados, como a indústria. ?Isso pode resultar de um cenário econômico mais favorável, que permite que as empresas estejam contratando com carteira?, disse.
Segundo Azeredo, com o fim das contratações temporárias para campanhas políticas no período de eleições, houve pequena redução no número de ocupados e também nos desocupados (que estão procurando emprego) e a população não economicamente ativa (sem trabalho e sem procurar emprego) cresceu 1,2% de setembro para outubro. ?Isso pode ter ocorrido porque algumas pessoas que trabalharam em campanha política voltaram para a inatividade?, disse.
Rendimento
O rendimento médio real apurado pelo IBGE no acumulado de janeiro a outubro nas seis principais regiões metropolitanas do país foi de R$ 1.029,10, ou 4,14% maior do que o registrado em igual período do ano passado (R$ 988,20).
Apesar do crescimento, o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE lembra que ainda não foram recuperadas as perdas no rendimento desde 2002. Ainda que não exista um dado da média de 10 meses daquele ano, em outubro de 2002 o rendimento médio real era de R$ 1.120,53 e em outubro de 2006, chegou a R$ 1.046,50.