O emprego formal encerrou o mês de abril com crescimento de 1,13% no Paraná, representando saldo de 20.330 postos de trabalho – 72% deles no interior do Estado. Apesar do resultado positivo, o número de empregos gerados em abril foi 15,6% menor do que igual mês do ano passado, quando o saldo registrado foi de 24.078 empregos. Apesar da desaceleração, economistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), acreditam que o emprego formal no Estado este ano supere o resultado do ano passado, quando houve crescimento de 4,23% e geração de 72,3 mil empregos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego e foram divulgados ontem pelo Dieese-PR.
?No início do ano, trabalhávamos com a expectativa de geração de 80 a 90 mil vagas?, lembrou o economista do Dieese-PR, Sandro Silva. Segundo ele, a expectativa é que a inflação menor e a redução da taxa básica de juros (taxa Selic) desde setembro tragam reflexos na economia e, consequentemente, no mercado de trabalho. No Paraná, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada é de aproximadamente 1,822 milhão.
Em abril, os setores que registraram maior saldo de empregos foram a indústria de alimentos e bebidas (6.053 vagas) – especialmente a indústria de açúcar e álcool -, seguida pela agricultura e silvicultura (4.849) e comércio varejista (2.717).
Na comparação com outros estados, o nível de emprego do Paraná registrou a terceira maior variação (1,13%), atrás apenas do Espírito Santo (1,57%) e de São Paulo (1,24%), acima ainda da média nacional, que ficou em 0,87%.
Primeiro quadrimestre
No primeiro quadrimestre (janeiro a abril), o emprego formal no Paraná cresceu 2,93%, resultando saldo de 51.830 empregos – quantia bem similar a abril do ano passado, quando o saldo havia sido de 51.954 postos de trabalho. Importante lembrar que, em janeiro e fevereiro, o volume de contratações no mercado formal foi muito maior este ano do que em 2005. Já nos meses de março e abril houve uma desaceleração. ?O crescimento em janeiro e fevereiro foi atípico, com contratações temporárias em operações ?tapa-buraco?, os eventos da ONU (realizados em Curitiba em março) e a agricultura (com a antecipação da safra de cana-de-açúcar)?, lembrou Silva.
Até abril, o emprego com carteira assinada ficou concentrado em dois segmentos: a indústria de alimentos e bebidas (saldo de 12.454 vagas) e agricultura e silvicultura (6.828). Os dois setores responderam, juntos, por 37% do total de empregos formais gerados no Paraná.
Grande Curitiba
Na Grande Curitiba, o saldo de empregos formais em abril foi o maior no mês desde 1992. Ao todo, foram 5.638 postos de trabalho este ano, contra 4.623 no ano passado, 3.738 em 2004 e 535 em 2003. ?Desde 2004 há um aquecimento da economia na Região Metropolitana de Curitiba. O cenário está melhor, com a recuperação da economia e de setores ligados ao mercado interno?, afirmou Silva.
Na comparação com outras oito regiões metropolitanas do País, a Grande Curitiba apresentou em abril o melhor desempenho no saldo de emprego, acima da média nacional de 0,59%. Também no acumulado do ano (janeiro a abril), o resultado ficou acima da média: 2,30% na RMC contra 1,69% em nível nacional. Já no acumulado dos 12 meses, o resultado ficou aquém: 5,04%, enquanto a média nacional foi de 5,41%.
Na Grande Curitiba, o setor de serviços foi o que mais empregou no primeiro quadrimestre, com participação de 61% do saldo total. Nesse segmento, destaque para serviços de vigilância, segurança, recursos humanos e outros, com saldo de 4.321 vagas, e hotéis e restaurantes, com 2.647.