Emprego formal abaixo da expectativa

Foto: Arquivo/O Estado

Agência do Trabalhador em Curitiba: vagas cada vez mais difíceis.

O governo conta com o aquecimento da economia no segundo semestre do ano para conseguir cumprir a meta de gerar 1,3 milhão de empregos com carteira assinada este ano. Em junho, foram abertas 155.455 novas vagas, segundo o Ministério do Trabalho. Com isso, o saldo positivo acumulado no ano chega a 923.798 empregos. Esse crescimento, porém, é mais fraco do que o registrado na primeira metade do ano passado. Em junho de 2005, foram abertas 195.536 novas vagas e, no primeiro semestre, o saldo acumulado estava em 966.303.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reconheceu que o resultado ficou abaixo da expectativa. ?Mas no segundo semestre vai ser melhor. O resultado final vai ficar acima do ano passado?, assegurou. Em 2005, o mercado de trabalho foi capaz de gerar 1.253.981 novas ocupações. Marinho atribuiu o baixo desempenho dos primeiros seis meses deste ano ao efeito do câmbio sobre os setores exportadores e à crise na agricultura, agravada pela seca no sul do País.

O ministro admitiu que o comércio está gerando menos empregos do que seria de se esperar, diante do aumento do consumo das famílias. ?Precisamos averiguar se o comércio não está contratando trabalhadores informalmente. Nossa fiscalização vai olhar isso?, garantiu.

Pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged) o desempenho do comércio como gerador de emprego caiu praticamente pela metade. No primeiro semestre de 2005 o setor foi capaz de gerar 133.109 novas ocupações e, em igual período deste ano, apenas 71.702. Ao contrário do comércio, a agricultura, segundo Marinho, está começando a reagir. No último mês (junho) o resultado foi inferior ao de 2005 mas, no acumulado dos primeiros seis meses do ano o saldo líquido de geração de emprego alcança 191.581 contra 187.494 do ano passado.

Marinho confia que a geração de empregos será maior no segundo semestre porque as taxas de juros continuarão caindo, animando a economia. ?A redução poderia ser maior, mas o processo é de continuidade?, observou. De acordo com o ministro, o crescimento da economia tem grande responsabilidade na geração de empregos. ?Nós precisamos elevar o ritmo de crescimento da economia para aumentarmos o número de vagas ofertadas no mercado de trabalho.?

Segundo os números do Caged, no mês de junho os setores que mais contribuíram para a criação de empregos foram a agricultura (64.708), os serviços (41.167) e a indústria de transformação (19.609). Já no acumulado dos primeiros seis meses do ano os serviços aparecem em 1.º lugar na geração de empregos com carteira assinada (324.829), seguido pela indústria de transformação (214.882) e agricultura (191.581).

Paraná abriu 4.609 novas oportunidades de trabalho

O Paraná gerou 4.609 empregos formais no mês de junho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. O resultado foi o melhor entre os estados do sul e amplia para 69.907 o número de novos empregos com carteira assinada no primeiro semestre de 2006.

O Paraná ficou entre os quatro estados que mais geraram empregos no País, juntamente com São Paulo (58.342), Minas Gerais (54.168) e Pernambuco (6.828). Já no semestre, o Paraná se manteve no ranking dos três maiores geradores de novas oportunidades de trabalho, ao lado de São Paulo (440.903) e Minas Gerais (181.015). Nesse período, Pernambuco teve saldo negativo (-4.671).

Agora, já são 327.299 empregos formais criados no Paraná desde 2003. ?É um recorde histórico nos levantamentos do Caged?, afirma o secretário do Emprego e Relações do Trabalho, Emerson Nerone. ?A tendência é de que, a prosseguir esse ritmo, os resultados do ano de 2006 fiquem próximos aos de 2004, o melhor desde que o Caged iniciou o comparativo?.

Em 2003, o Paraná gerou 62.370 empregos. No ano seguinte, o resultado subiu para 122.648. Em 2005, o total ficou em 72.374. ?Isso significa que os números do primeiro semestre de 2006 já estão muito próximos aos do resultado de todo ano passado?, acrescenta Nerone. ?É preciso ponderar, no entanto, que, no fim do ano, ocorre normalmente uma queda na oferta de empregos em todo País?.

Ainda segundo o Caged, no semestre, o Paraná ampliou a taxa de empregos em 3,95%. A média nacional foi calculada em 3,55%. No mês de junho, índice paranaense ficou em 0,25% para uma média brasileira de 0,58%.

O levantamento do Ministério do Trabalho aponta também que a maioria dos empregos do Paraná tem sido registrada no interior. Dos 69.907 empregos gerados no Estado no primeiro semestre deste ano, por exemplo, só 21.639 foram verificados na Região Metropolitana de Curitiba. Já no mês de junho, a RMC ficou com 1.192 dos 4.609 empregos gerados no Estado.

Entre os setores de destaque na criação de empregos em junho estão a indústria de transformação (2.351) e serviços (2.182). Os dois setores estão em destaque também no acumulado de janeiro a junho. No setor da indústria de transformação foram 24.352 contratações durante o primeiro semestre e no setor de serviços, 21.639.

O secretário ainda destaca que, apesar das dificuldades que a região sul está sofrendo com a falta de chuvas, o Paraná manteve o crescimento. ?Isso nos deixa seguros do nosso potencial para alcançar resultados ainda melhores, em condições normais?, complementa Emerson Nerone. (AEN e ABr)

Renda sobe junto com a taxa de desemprego em junho

Rio (AE) – A taxa de desemprego subiu de 10,2% em maio para 10,4% em junho porque a economia não está aquecendo o suficiente para permitir uma reação mais forte do mercado de trabalho, com maior geração de vagas, avaliou o coordenador da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo. Em junho do ano passado a taxa havia sido de 9,4%. Em junho em relação a maio, para o IBGE, estatisticamente houve uma ?estabilidade? na taxa, que se repete desde fevereiro deste ano.

Para Azeredo, ao contrário do que se esperava, o desempenho do mercado de trabalho em 2006 é similar ao registrado em 2005, sem melhora significativa. ?A tendência era que 2006 seria um ano melhor, mas isso não se confirmou?, disse. Ele observou que talvez as taxas de juros ainda não tenham caído o suficiente para estimular os investidores na abertura de novas vagas, e o período eleitoral pode estar gerando alguma insegurança nos empresários.

Porém, ressaltou que há mudanças qualitativas nesse mercado, com aumento do emprego formal e do rendimento dos trabalhadores. ?De maio para junho a expectativa era de queda na taxa de desemprego mas isso não ocorreu. A taxa continua estável, mas o número de pessoas ocupadas cresceu de forma significativa pela primeira vez neste ano e o rendimento e o emprego formal também apresentaram resultados positivos?, disse.

A taxa média de desemprego no primeiro semestre de 2006 ficou em 10,1%, ante 10,3% no primeiro semestre de 2005. A diferença da taxa entre os dois semestres não é considerada ?estatisticamente significativa? pelo IBGE. No primeiro semestre de 2004 a taxa havia chegado a 12,3% e no primeiro semestre de 2003, a 12,2%.

Para Cimar Azeredo, a estabilidade na taxa de desemprego na média dos seis primeiros meses deste ano na comparação com igual período do ano passado confirma que o mercado de trabalho não mostrou a melhoria esperada em 2006 em relação a 2005. ?Para o IBGE, a taxa de desemprego no primeiro semestre deste ano é a mesma do mesmo período do ano passado?, disse.

Renda

Já a renda do trabalhador subiu em junho pelo quinto mês consecutivo. O rendimento médio real foi estimado em R$ 1.033,50, o que significa uma alta de 0,5% em relação a maio. Em um ano, o poder de compra da população se recuperou e cresceu 6,7%.

Na comparação anual, houve melhora do poder de compra em todas as seis regiões: Recife (12,9%), Salvador (3,9%), Belo Horizonte (4,3%), Rio de Janeiro (7,4%), São Paulo (8,1%) e Porto Alegre (2,4%).

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