Emprego estável na indústria é bom sinal, avalia Seade

Uma aparente estabilidade no emprego da indústria no primeiro mês do ano é considerada um sinal positivo, depois do baixo crescimento no ano passado. No conjunto de seis regiões metropolitanas e do Distrito Federal, analisado pela Fundação Seade e pelo Dieese, a indústria de transformação contratou 25 mil pessoas de dezembro para janeiro, uma variação positiva de 0,8%. Só na região metropolitana de São Paulo foram 5 mil postos de trabalho a mais (ou 0,3% sobre dezembro).

“Ter variado praticamente nada, em São Paulo, não deixa de ser uma boa notícia para a indústria e para o setor de construção”, disse o coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Seade, Alexandre Loloian. Na região metropolitana de São Paulo, o setor de construção teve queda de 0,3%, ou 2 mil postos de trabalho a menos, o que é visto pela fundação como estabilidade.

Para Loloian, o comportamento deve ter “relação com os indicadores de atividade, que apontaram que janeiro foi um mês relativamente de retomada de atividade, inclusive para a indústria”. Em julho do ano passado, um dos piores resultados do ano, a indústria de transformação na região metropolitana de São Paulo empregava 1,678 milhão de pessoas. Em dezembro, o número era de 1,787 milhão e subiu para 1,792 milhão em janeiro. “Tivemos picos e vales, e mudanças bastante importantes (no emprego da indústria) no ano passado. Este ano o setor não deve repetir esse comportamento”, disse o coordenador da pesquisa.

O setor de serviços, por outro lado, foi o que mais demitiu – em termos absolutos e também em variação – em janeiro deste ano. Na análise nacional, foram 128 mil postos de trabalho a menos (queda de 1,1%) na comparação com dezembro. Só na região metropolitana de São Paulo foram 96 mil postos de trabalho a menos, queda de 1,7% ante dezembro. “O segmento de serviços é muito diverso, e teve um crescimento extemporâneo, fora de linha no ano passado”, avaliou Loloian.

O segmento de comércio e reparação de veículos automotores e bicicletas aumentou os postos de trabalho em 44 mil no conjunto das regiões (1,1% de variação sobre dezembro). O desempenho pode ser explicado, segundo o coordenador do Seade, pela manutenção da renda e do emprego.

Desemprego e ocupação

O desempenho dos setores no primeiro mês do ano provocou uma pequena variação no nível de ocupação de -0,3%, tanto para São Paulo quanto para a análise nacional. “Essa movimentação no nível de ocupação é igual a nada. O ano passado e o ano de 2011 foram muito pouco movimentados no mercado de trabalho”, afirmou Loloian. De acordo com ele, a ocupação sempre encolhe em janeiro e, neste ano, caiu menos do que nos anteriores. “É quase estabilidade, o que também é um bom sinal. Esse janeiro foi bom.”

A taxa de desemprego total na análise das regiões subiu de 9,8% em dezembro para 10% em janeiro. No primeiro mês do ano passado, o resultado era de 9,5%. “O desemprego total está maior do que em janeiro do ano passado principalmente por Brasília e pelo Nordeste”, explicou a economista do Dieese Ana Paula Delavenuto.

Em Salvador, a taxa de desemprego em janeiro foi a mais alta das regiões (17,3%), seguida pelo Recife (12,6%) e Distrito Federal (12%). A mais baixa foi registrada na região metropolitana de Belo Horizonte (5,6%). São Paulo ficou com 10% de taxa de desemprego, Porto Alegre, 6,3%, e Fortaleza, 8,1%.

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