O Paraná está em terceiro lugar no grupo Emprego e Renda do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), calculado pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Número de postos de trabalho e remuneração são itens estudados para a composição do índice geral, que ainda abrange os setores de saúde e educação. O IFDM considera a nota acima de 0,8 como condição de alto desenvolvimento. Especificamente no grupo Emprego e Renda, o Paraná alcançou 0,8427, atrás de Rio de Janeiro (0,8810) e São Paulo (0,8695).
O levantamento da Firjan analisou dados sobre emprego e renda do Ministério do Trabalho em 2007 e considera apenas o mercado formal de trabalho. O IFDM Emprego e Renda do Brasil é de 0,7520, e houve acomodação em relação a última edição do estudo, dados de 2006. Isto aconteceu pelo fraco desempenho da renda na comparação com os dois anos.
O município brasileiro com maior IFDM especificamente neste grupo foi Hortolândia, no interior de São Paulo, com 0,9853. A cidade, situada na Região Metropolitana de Campinas, se tornou um polo tecnológico e industrial com empresas de grande porte.
Além disto, tem a facilidade de estar próximo do Aeroporto de Viracopos para escoar a produção. O pior resultado foi detectado em Coronel Ezequiel, no Rio Grande do Norte, com índice de 0,0446.
A concentração dos bons índices de emprego e renda ainda está nas regiões Sudeste e Sul do País, as mais industrializadas do País. Entre os 100 municípios brasileiros com os maiores índices de Emprego & Renda, 48 estão no estado de São Paulo.
No ranking das 500 primeiras colocações, são 183 municípios de São Paulo, 60 de Minas Gerais e 41 do Paraná. Entre as capitais, a liderança é de Vitória (0,9068), seguida por Natal (0,8978) e Curitiba (0,8975). A capital paranaense saiu da 14.ª colocação na edição passada para o terceiro lugar em 2007.
PIB no Estado
Em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná chegou a mais de R$ 161 bilhões, o que correspondia a 6,07% do PIB nacional. A renda per capita era de R$ 15,7 mil.
Naquele ano, 122 mil vagas foram criadas no mercado formal de trabalho, que acolhia 2,4 milhões de trabalhadores. Segundo análise da Firjan, a produção no setor industrial cresceu 6,7%.
O índice de Emprego & Renda do Paraná subiu 1% de 2006 (0,8344) para 2007 (0,8427), tendo como base para este incremento a geração de novos postos de trabalho. O crescimento mais significativo aconteceu em Goiás, com 3%. A variação no Paraná foi o quarto melhor neste período.
Especificamente sobre emprego, o Paraná conseguiu um índice de 0,7721, contra 0,9134 da renda, dando a média de 0,8427 na nota final do grupo. Em relação a 2006, houve uma aceleração na geração de empregos (quando o índice era de 0,7031) e uma desaceleração na renda (0,9657 na época).
Mas o Paraná conseguiu alcançar a maior variação do grupo Emprego e Renda desde o início do levantamento da Firjan, entre todos os estados brasileiros. Entre 2000 e 2007, o IFDM Emprego e Renda do Paraná teve variação positiva de 77,3% (saiu de 0,4753 para 0,8427). (Mais sobre o IFDM na pág.22).
Crescimento no mercado interno
O cenário da economia paranaense e brasileira realmente vem melhorando desde o ano 2000, segundo o economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Paraná.
A retomada do crescimento econômico antes tinha como base o bom desempenho das exportações e agora este crescimento está ligado com o mercado interno, de acordo com ele. “2007 foi um dos melhores anos em geração de emprego no Paraná. Só perdeu para 2004”, explic,a.
Neste período também foi verificada a recuperação da renda do trabalhador. Muitas categorias vêm, nos últimos anos, conseguindo aumento real de salário. As políticas sociais também influenciaram neste sentido.
Este panorama, aliado com a queda nas taxas de juros e volume maior de crédito, está gerando o ciclo virtuoso que move a economia. Quem tem trabalho, consome. E as indústrias precisam atender a esta demanda.
Silva lembra que o crescimento da economia brasileira está previsto para 7% para 2010. “Estamos vindo com um período de crescimento que a gente não vê desde a década de 1970”, considera.
Nos últimos anos, a taxa de crescimento ficou em 4,5%, em média. “Por mais que haja melhoras, ainda temos muitos problemas. Os salários são baixos e a informalidade atinge 46% dos trabalhadores paranaenses”, pondera o economista do Dieese.