As cidades menores, com até 50 mil habitantes, foram as principais geradoras de emprego no primeiro semestre no Paraná. Nelas, o nível de emprego aumentou 8,15% de janeiro a junho, desempenho melhor do que os 29 principais municípios do Estado, que registraram crescimento de 4,61%. A média do Estado ficou em 5,61%. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
De acordo com o economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), a safra agrícola é o principal fator que puxou a geração de empregos no Estado no primeiro semestre.
Prova disso é que no acumulado dos últimos 12 meses (julho de 2007 a junho de 2008) – quando a sazonalidade da agricultura é eliminada -, foram as cidades maiores que mais se destacaram, com crescimento de 7,60% no nível de emprego, contra 5,88% das cidades menores.
Entre as regiões do Estado, o Norte Pioneiro foi o que mais se destacou no primeiro semestre, com crescimento de 12,55% no emprego, puxado principalmente pelo bom desempenho das microrregiões de Cornélio Procópio, com crescimento de 17,14%; Jacarezinho (12,88%) e Ibaiti (12,01%).
Entre as atividades que mais abriram oportunidades nesta região estão a indústria de transformação – com destaque para a indústria de alimentos, bebidas e produção de álcool, com 3.290 vagas – e a agropecuária, com 3.860.
Na segunda posição, o noroeste registrou crescimento de 12,10% no nível de emprego, por conta do bom desempenho das microrregiões de Paranavaí, que cresceu 17,28%, e de Cianorte (12,44%).
Os setores que mais empregaram foram a indústria de transformação, com 6,1 mil vagas, e a agropecuária, com 4,3 mil. Já o centro oriental, formado pelas microrregiões de Ponta Grossa, Jaguariaíva e Telêmaco Borba, foi o que apresentou o pior desempenho, com crescimento de apenas 1,79% no nível de emprego. A indústria de madeira e mobiliário, por exemplo, apresentou saldo negativo de 290 empregos.
Municípios
Entre os municípios, Paranavaí foi o que apresentou o melhor desempenho no primeiro semestre, com crescimento de 10,99% no nível de emprego – a maior parte das oportunidades (804 vagas) surgiu na indústria de transformação, seguida pela agropecuária (346 vagas) e pelo comércio (344 vagas).
Araucária, na região metropolitana de Curitiba, teve o segundo melhor desempenho, com crescimento de 10,12% no emprego. Na cidade, os setores que mais se destacaram foram a construção civil, com 1.154 empregos gerados, e o setor de serviços, com 825 vagas.
Já o pior resultado ficou com o município de Telêmaco Borba, com queda de 4,53% no nível de emprego, o que representou a eliminação de 654 vagas. O resultado negativo veio da indústria de madeira e mobiliário (-322 vagas), agropecuária (-197) e construção civil (-127).
Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, também registrou desempenho negativo, com queda de 2,34% no nível de emprego por conta da indústria de borracha, com eliminação de 341 postos de trabalho e hotéis e restaurantes (-123).
Em números absolutos, Curitiba foi a que gerou o maior número de empregos (34.401) no primeiro semestre, seguido por Londrina (8.965), Maringá (8.332) e Paranavaí (6.367). O total de empregos gerados entre janeiro e junho no Paraná foi de 109.162 – 14,6% mais do que o mesmo período do ano passado.