Emprego continuou caindo em novembro

A confirmação da desaceleração na geração de empregos no Paraná em novembro, somada à expectativa de continuidade no mês de dezembro, resulta no pior desempenho na geração de emprego do Estado desde 2002. A queda registrada em novembro foi de -0,03%, abaixo da variação nacional de 0,05%, o que representou um saldo entre admissões e desligamentos de -525 empregos. Ao todo, o número estimado de trabalhadores com carteira assinada, no Estado, em novembro, foi de 1,8 milhão.

O dado curioso foi o registro de uma queda significativa na geração de empregos no interior em relação à Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Enquanto o interior experimentou redução na geração de empregos de -0,33%, a RMC apresentou um crescimento de 0,44%. ?É um reflexo da entressafra agrícola, conjugada ao aumento de empregos oferecidos no comércio varejista e da indústria na época do final do ano?, diz Sandro Silva, técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

No acumulado do ano de 2005 (janeiro a novembro), foram criados 94.205 empregos, registrando um crescimento de 5,51%. No interior, a taxa de crescimento ficou em 5,48% e na RMC, de 5,55%, comprovando a tendência de inversão de oferta de oportunidades de trabalho, que começou a ser sentida com mais força a partir de julho de 2005.

Os setores que mais se destacaram foram o de Serviços, com destaques para a rede hoteleira e restaurantes, e o Comércio. O setor de Serviços gerou 35.294 empregos e o Comércio, 26.265. Em porcentagens, no acumulado do ano, os dois setores juntos representaram 65,34% dos empregos gerados.

?A desvalorização do dólar provocou uma queda significativa nas exportações, que resultaram proporcionalmente na queda da oferta de empregos no interior?, diz Silva.

Em comparação com os dados nacionais, o Paraná apresentou uma geração de empregos inferior à média nacional. Enquanto o Brasil apresentou uma variação de 6,25%, o Paraná ficou no índice de 5,51%, apresentando o 11.º pior desempenho entre os estados. Em 2004, o Paraná ficou entre os seis melhores do ranking, com a geração de 153.965 empregos, com uma taxa de crescimento de 9,72%.

?A política econômica não foi nada favorável ao Paraná, que tem muita força na economia agrícola. Com as taxas de juros caindo muito lentamente, o resultado negativo já era esperado, mesmo que em proporções menores?, diz o especialista.

Recuperação

A boa notícia para o ano que se inicia é que as expectativas do Dieese para a geração de empregos é positiva, especialmente devido à recuperação econômica do País. Com a continuidade na queda das taxas de juros e o restabelecimento gradual dos setores, a tendência é que o nível de emprego no Paraná volte a crescer nos primeiros meses deste ano. ?No setor agrícola, com o final da entressafra, é natural que se inicie um período de contratações. Mantendo-se o nível nos outros setores, a tendência é o reaquecimento?, conclui Sandro Silva.  

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