O nível de emprego industrial recuou 0,1% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados ontem. Em janeiro, a pesquisa havia registrado avanço de 0,4%. Apesar da leve queda do nível de emprego, os salários cresceram. A folha de pagamento dos trabalhadores da indústria avançou 0,7%.
Na comparação com fevereiro do ano passado, houve aumento de 2,8% no nível de emprego industrial. Das 14 áreas pesquisadas, 11 apresentaram crescimento no total de empregos em relação a fevereiro de 2004, com destaque para São Paulo, que registrou expansão de 3,0%, com o aumento nas contratações nos setores de máquinas e equipamentos (13,5%) e meios de transporte (15,2%). Minas Gerais registrou expansão de 4,9% puxado pelas contratações de produtos de metal (33,4%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (17,0%).
As contribuições negativas vieram das indústrias do Rio Grande do Sul e de Pernambuco. A queda de 2,7% no emprego industrial no Rio Grande do Sul é conseqüência do fraco desempenho do setor de calçados e couro. Pernambuco apresentou queda de 2,5% em razão da redução do emprego em alimentos e bebidas.
Horas pagas
O número de horas pagas aos trabalhadores avançou 1,4% em fevereiro em relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2004 houve aumento de 1,8%. Nesta base de comparação, o desempenho foi disseminado em 11 das 14 regiões e nove dos 18 setores pesquisados. Os aumentos mais expressivos foram registrados em alimentos e bebidas (6,2%), máquinas e equipamentos (8,9%) e meios de transporte (10,6%).
As horas pagas funcionam como um indicador antecedente sobre novas contratações. Isto porque quando o empresário se vê obrigado a pagar muitas horas extras há um aumento na probabilidade de que o aumento na produção se transforme também em expansão da mão-de-obra.
A folha de pagamento dos trabalhadores da indústria, na série livre de influências sazonais, avançou 0,7% em fevereiro na comparação com janeiro. Em relação a fevereiro de 2004, houve aumento de 2,1% na folha de pagamento.
Em fevereiro, a indústria registrou queda de 1,2%, o maior recuo em 20 meses. O único segmento com resultado positivo foi o de bens de consumo duráveis, com avanço de 11,8%.
Metodologia
A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) produz indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do emprego e dos salários nas atividades industriais, sobre pessoal ocupado assalariado, admissões, desligamentos, número de horas pagas e valor da folha de pagamento em termos nominais (valores correntes) e reais (deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA).
A coleta é realizada mensalmente nas empresas que possuem unidades locais registradas no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), reconhecidas como industriais pelo Cadastro Central de Empresas do IBGE.
No Paraná, crescimento foi de 6,17%
A pesquisa do IBGE, divulgada ontem, mostra que o número de empregos nas indústrias do Paraná cresceu 6,17% em fevereiro em comparação com igual mês do ano passado. O levantamento revela ainda que a taxa paranaense foi a segunda melhor do País. A maior foi verificada no Ceará (6,22%). A média nacional foi calculada em 2,84%.
Com o resultado de fevereiro, o Paraná fechou o primeiro bimestre do ano com um índice de elevação de 6,09%. Neste caso, a taxa do Estado foi a melhor do País. O Ceará, neste comparativo, caiu para segundo lugar (5,78%), enquanto a média brasileira ficou em 3,02%. São Paulo, o estado mais industrializado do País, fechou os dois meses com 2,72%.
Já no acumulado dos últimos 12 meses – de fevereiro de 2004 a fevereiro de 2005 – a taxa do Paraná ficou em 4,87%, a terceira melhor do Brasil. Só ficaram na frente as regiões Norte e Centro-Oeste (5,59%) e Minas Gerais (5,12%). A taxa nacional nesse comparativo foi de 2,5%. A média dos Estados do Sul foi calculada em 2,1%, metade da taxa paranaense.
Em termos setoriais, as principais contribuições positivas no resultado global do Brasil vieram das indústrias de meios de transporte (14,2%), alimentos e bebidas (4,8%) e máquinas e equipamentos (9,5%). Em sentido contrário, calçados e artigos de couro (-6,7%) e vestuário (-3,4%) representaram os principais impactos negativos.
Salários
A pesquisa industrial do IBGE de fevereiro revela ainda que o Paraná apresentou no mês um crescimento real de 2,16% na folha de pagamento dos funcionários das indústrias. No bimestre, o índice foi de 5,38% e, no acumulado dos últimos 12 meses, de 7,85%
O número de horas pagas também foi destaque no Paraná, que apresentou no mês um crescimento de 5,20%, taxa inferior apenas a de Minas Gerais (5,91%). No primeiro bimestre do ano, o índice paranaense ficou em 5,14% e, no acumulado dos últimos 12 meses, em 3,59%.