Foram emitidas no ano passado 300.096 carteiras de trabalho em todo o Estado do Paraná. Esse número representa um crescimento de, aproximadamente, 5% em relação a 2003, que teve 286.482 carteiras emitidas. Uma das causas para esse aumento, segundo a chefe da Seção de Identificação e Registro Profissional (Seprof), da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Maria Facundo Mota Filha, é porque mais pessoas estão entrando no mercado de trabalho.
?Ao completar os catorze anos muitos adolescentes vêm pedir o documento na expectativa de uma futura oportunidade de emprego?, complementa Maria. Outro motivo, de acordo com ela, é que a emissão de novos documentos é grande, pois é preciso dar continuação à carteira, ou seja, retira-se uma nova por falta de espaço na antiga, ou ainda, porque muitos perdem ou estragam suas carteiras de trabalho.
No ano passado, por exemplo, mais de 24 mil carteiras de trabalho foram produzidas por motivo de perda ou extravio, gerando um gasto de R$ 190 mil. Cada carteira custa aproximadamente R$ 8,00 para ser produzida. ?Esse dinheiro poderia estar sendo investido em outras seções da DRT ou até mesmo em novos equipamentos?, frisa a chefe do Seprof. Outro gasto desnecessário é o grande número de pessoas que não vem retirar o documento solicitado. Segundo o último levantamento feito pelo órgão, de 1997 a 2002, mais de 900 carteiras não foram retiradas.
Desde 1994, há um depósito na DRT onde são colocadas todas as carteiras que são perdidas, de Curitiba e algumas de Foz do Iguaçu (196 carteiras). Atualmente encontram-se no arquivo mais de 21,2 mil, ou seja, grande parte dos titulares não procuram o documento quando o perdem. No ano passado, apenas 132 carteiras foram retiradas.
Desatentos
Segundo as estatísticas da DRT, os homens maiores de 18 anos são os que mais perdem o documento. Em 2004, perderam mais que o dobro de carteiras que as mulheres – eles tiveram cerca de 16 mil perdas, contra um pouco mais de 7,5 mil delas. Neste ano, o quadro parece não ter mudado, os homens perderam 1.533 carteiras, e as mulheres 746.
Em agosto de 2003 foi inaugurado um serviço virtual para facilitar a localização desses documentos perdidos, o ?CTPS recuperada?. No Estado, somente a capital possui o programa, que pode ser encontrado no site www.mte.gov.br. ?Poucas pessoas acessam este serviço, para encontrar a carteira? comenta Maria Facundo Mota Filha.
Em 2005
Só no mês de janeiro de 2005, foram registradas 33.165 emissões de carteira de trabalho, sendo que 6.559 eram segundas vias, aproximadamente 20% do total. A DRT já gastou mais de R$ 18 mil em segundas vias referentes à perda do documento. Foram aproximadamente 2,3 mil carteiras perdidas. ?Nós estamos fazendo um trabalho que poderia deixar de estar sendo feito, se as pessoas cuidassem mais de seus documentos?, afirma Maria.