O cheques sem fundos bateram recorde em 2009. O Indicador Serasa Experian de Cheques sem Fundos, divulgado hoje, mostrou que a recuperação da economia no segundo semestre de 2009 não impediu que o descumprimento com ordens de pagamento quebrasse recorde no acumulado do ano.

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Durante 2009, foram devolvidos, pela segunda vez, por ausência de fundos, em todo o Brasil, 2,15% dos cheques compensados, segundo o índice. Foi a mais alta porcentagem desde 1991, quando começou a pesquisa.

O pouco crédito nos primeiros seis meses foi responsável pela marca histórica, conforme a Serasa Experian. O recorde começou a ser traçado nos primeiros seis meses de 2009, quando a inadimplência com ordens de pagamento foi de 2,30%. Foi o pior primeiro semestre assinalado pelo indicador.

Nesse tempo, as vendas financiadas com cheques pré-datados foram opções para o comércio, ante um panorama de liquidez escassa, pois o oferecimento de crédito estava insuficiente por causa da crise financeira mundial, afirmam os especialistas da Serasa.

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No segundo semestre, por sua vez, com a reabilitação da economia, a quantidade de crédito ao consumidor voltou à normalidade e a inadimplência com cheques ensaiou uma baixa diminuição em referência ao intervalo anterior, marcando 1,99%. Entretanto, foi o segundo semestre de maior descumprimento desde o princípio da série.

Em 2009, o uso de cheques (total compensado) diminuiu numa razão bem maior que a dos mandados de volta por privação de fundos. Na confrontação entre o volume de cheques compensados entre 2009 e 2008, houve um declínio de 11,57%. Já na comparação entre a soma de cheques devolvidos entre 2009 e 2008, foi anotado uma queda bem menor, de 4,07%.

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Deste modo, em 2009, em razão da crise financeira, houve um decréscimo da qualidade do cheque, uma vez que o volume de devolvidos diminuiu menos do que o total de compensados. Para os próximos meses, a perspectiva dos técnicos da Experian é de que o descumprimento com cheques retroceda em consequência do progresso econômico.

Em 2009, o Amapá foi o Estado com o maior porcentual de cheques devolvidos (10,20%). São Paulo, por sua vez, foi o de menor porcentagem (1,64%). Entre as regiões, a Norte foi a com maior proporção de devolução de cheques em 2009, com 4,95%. Na outra ponta da lista, está a Sudeste, com 1,75%.