Emissão de ações no País fica estagnada em setembro

A volatilidade por conta da crise de endividamento de países da Europa e os temores de desaceleração do crescimento da economia mundial mantiveram as emissões de ações no Brasil estagnadas em setembro. É o segundo mês consecutivo que o mercado brasileiro não registra operações, conforme boletim divulgado hoje pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Na esteira do cenário global, os ativos da bolsa brasileira se desvalorizaram em setembro, com a retração de 7,4% do índice Bovespa (Ibovespa). No entanto, a Anbima destaca em seu boletim que, no início de outubro, foi registrada na Comissão de Valores Mobiliários(CVM) a oferta de ações da TIM, no valor R$ 1,7 bilhão.

O ritmo de emissões de títulos de renda fixa também foi afetado pelo cenário turbulento, além dos juros menores, e despencou em setembro na comparação com agosto. O volume de emissões em renda fixa alcançou R$ 2,1 bilhões no mês, uma queda brusca de 67% comparados aos R$ 6,4 bilhões registrados em agosto deste ano.

Neste mês, as emissões de renda fixa estiveram concentradas em debêntures (53,6% do total) e nas ofertas de papéis com esforços restritos (64,4%).

Dados de 2011

Dos R$ 81,6 bilhões das emissões de títulos corporativos realizadas em 2011, os ativos de renda variável responderam por uma fatia de apenas 21,1%. Segundo o boletim da Anbima, até mesmo descartando a operação da Petrobras feita no ano passado, de R$ 120,2 bilhões, as ofertas de ações apresentaram declínio de 29,3% na comparação com igual intervalo de 2010. Já entre os ativos de renda fixa, as debêntures seguem na liderança, com a captação de R$ 36,7 bilhões em 2011, dos quais R$ 34,2 bilhões distribuídos por meio de ofertas com esforços restritos.

Prazo

Do volume de debêntures emitidos em 2011, foi registrada concentração de ativos com prazo médio na faixa entre quatro e seis anos (58%). “Este porcentual reflete o comportamento da série histórica analisada desde 2006, à exceção do ano de 2009, quando o cenário de crise levou ao aumento expressivo da emissão de ativos com prazos inferiores a três anos (57,1%)”, explica a Anbima em seu boletim.

Os ativos com vencimentos mais curtos reduziram sua participação até setembro em relação às observadas nos dois anos anteriores. Porém, ainda caminham distantes dos níveis pré-crise: de 11,4% em 2006 e 9,6% em 2007.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna