As economias em desenvolvimento e em transição receberam pela primeira vez mais de metade do fluxo mundial de investimento estrangeiro direto (IED) em 2010, segundo relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). A organização não informou, no entanto, o valor do IED recebido por essas nações.

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Ao mesmo tempo essas economias tornaram-se investidores importantes, elevando sua participação no volume mundial de IED para 28% em 2010, em comparação aos 15% em 2007, ano anterior à crise financeira.

O Brasil foi o caso mais notável desse grupo de investidores, já que saiu de um fluxo de IED negativo de US$ 10 bilhões em 2009 para um fluxo positivo de US$ 11,5 bilhões em 2010.

Após um revés temporário em 2009, os fluxos de investimento estrangeiro direto dos países em desenvolvimento retomaram a tendência de crescimento observada antes da crise. Esses fluxos subiram 23% em 2010, para US$ 316 bilhões, em relação ao ano anterior, enquanto o fluxo global de IED aumentou 13%, para US$ 1,346 trilhão, em comparação com US$ 1,189 trilhão em 2009. No entanto, o valor ainda está 40% baixo do pico registrado em 2007.

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Segundo o relatório, a alta dos fluxos globais de IED reflete uma melhora dos lucros corporativos e da internacionalização das corporações transnacionais no ano passado.

A Unctad observou, no entanto, que os fluxos das economias em desenvolvimento e em transição apresentaram um padrão desigual entre as regiões, visto que o volume de investimento da América Latina e Caribe e de países asiáticos em desenvolvimento mais do que compensou o declínio de nações africanas e do oeste asiático.

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A América Latina e o Caribe foi a subregião com o crescimento mais forte dos fluxos de IED em 2010, conduzido principalmente pelo aumento das operações de fusão e aquisição envolvendo companhias transnacionais. Além do Brasil, Chile, Colômbia e México também elevaram seus fluxos de investimentos e atividades de fusão e aquisição envolvendo empresas transnacionais no ano passado.

Os fluxos de IED dos países desenvolvidos subiram 10% em 2010, para US$ 970 bilhões, em relação a 2009. O valor representa somente metade do pico registrado em 2007, no entanto. O volume dos investimentos dos EUA aumentou 31% em 2010 para US$ 325,5 bilhões, enquanto o da Europa avançou 2,6%, para US$ 516,7 bilhões.

De acordo com o relatório, a Unctad prevê que os fluxos de IED continuarão a aumentar em 2011, em razão do fortalecimento da recuperação econômica mundial, a alta das ações e a melhora dos resultados das empresas.

A organização ressaltou também que as economias emergentes, particularmente Brasil, China, Índia e Rússia, ganharam espaço como fontes de IED nos últimos anos. Os fluxos de investimentos desses países deverão manter sua trajetória de crescimento neste ano, por causa do rápido crescimento econômico, recursos financeiros abundantes e razões fortes para empresas comprarem recursos naturais e ativos estratégicos no exterior.