A partir de agosto, estarão disponíveis as informações atualizadas sobre as áreas de menor probabilidade de risco à seca para o plantio da soja, na safra 2004/2005, assim como as melhores épocas de semeadura para cada região produtora. Os resultados, publicados via portarias do Ministério da Agricultura e do Banco Central, são fruto do zoneamento de risco agroclimático para a cultura da soja, produzido por uma rede de parcerias coordenada pela Embrapa Soja, unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O zoneamento agroclimático tem por objetivo orientar o setor produtivo com relação a épocas de menor risco para a instalação da lavoura de soja e também subsidiar os programas de seguro e financiamento agrícola. “Como as condições climáticas não podem ser totalmente previstas, trabalhamos com um índice de 80% de acertos. Isso significa que se uma região é indicada para cultivo, em cada 10 anos pode ocorrer seca em no máximo dois”, explica o pesquisador José Renato Farias, da Embrapa Soja.
O cálculo de probabilidade é feito com dados climáticos diários de séries históricas de mais de 25 anos. As informações são coletadas em mais de 2 mil estações agrometeorológicas distribuídas no Brasil. A cada ano são incluídos novos índices nos modelos de simulação, levando em conta o volume de água, a distribuição das chuvas e as diferenças de solo. São gerados mapas estaduais indicando épocas de semeadura que não coincidam com períodos de seca e também é feita a indicação de cultivares para cada região. “Não pode faltar água, principalmente na floração e na fase de enchimento dos grãos, fatores que determinam boa produtividade da soja”, explica.
Segundo ele, os solos são agrupados em função da capacidade de retenção de água. “Os solos arenosos, por exemplo, têm baixa retenção de água e, portanto, são pouco indicados para o cultivo da soja. Já os solos argilosos e bem manejados favorecem a retenção de água, portanto são mais favoráveis para o cultivo do grão”, diz.