A Embraer estima que a demanda por aeronaves de até 150 assentos deve alcançar 10.550 novas unidades nos próximos 20 anos. O mercado, avaliado em US$ 600 bilhões, é a grande aposta da empresa brasileira, que no início do mês vendeu 80% de sua divisão de aviação comercial para a americana Boeing.
O fechamento do negócio ocorreu especialmente porque as maiores rivais de ambas as empresas – a canadense Bombardier e a europeia Airbus – fizeram uma parceria, em outubro, para a fabricação de aviões com capacidade para até 150 passageiros, segmento em que a brasileira é líder. O negócio vai permitir que as empresas concorram em igualdade.
A fabricação de aeronaves de até 150 assentos representa um dos principais pilares de sustentabilidade do negócio de aviação no mundo, afirmou a Embraer, que publicou neste domingo, 15, projeções para o mercado da aviação nas próximas duas décadas. Segundo a companhia, esse nicho deve compor de forma integral parte do ecossistema do transporte aéreo global, uma vez que está mais bem posicionado para combinar eficiência de custo com maior receita unitária.
“O desempenho passado não é garantia de resultados no futuro. Apesar de o crescimento da indústria ter superado todas as expectativas nos últimos anos, estamos nos preparando para um período de aumento de custos, com contínua pressão por aumento da rentabilidade. Os lucros estão caindo e os ganhos desaparecendo com o aumento de custos”, avalia John Slattery, presidente da Embraer Aviação Comercial, em relatório divulgado durante a feira de Farnborough, na Inglaterra.
De acordo com a companhia, o desempenho econômico da indústria de transporte aéreo vai depender principalmente do ritmo de subida dos custos e da capacidade do setor em manter uma “receita vigorosa” nos próximos anos.
Nesse contexto, acrescenta a Embraer no documento, o segmento de aviões de até 150 assentos desafia o “paradigma” de que aeronaves menores necessariamente têm custo por assento maior, aproximando a eficiência operacional por assento de grandes jatos de corredor único, com um custo por viagem aproximadamente 20% menor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.