O governo dos Estados Unidos aprovou a venda de 12 aviões de ataque leve A-29 Super Tucano, da Embraer Defesa (EDS), para a força aérea da Nigéria. Em nota, o presidente nigeriano Muhammadu Buhar, disse que as aeronaves serão empregadas no combate ao movimento radical islâmico Boko Haram, que atua fortemente em 12, dos 36 Estados do país. O contrato tem valor preliminar estimado entre US$ 180 milhões e US$ 200 milhões, cobrindo o treinamento, a documentação técnica e o fornecimento de um simulador para instrução de pilotos.

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O lote será parcialmente produzido na fábrica da Embraer em Jacksonville, na Flórida. A fabricante brasileira atua em território americano associada com a Sierra Nevada Corporation, de Sparks, no estado de Nevada. Segundo a Agência de Cooperação em Defesa e Segurança, o custo do pacote total, envolvendo diversos tipos de equipamentos militares, chega a US$ 595 milhões.

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O negócio foi discutido longamente. A linha de crédito deveria ter sido liberada em 2015, mas foi suspensa pela administração democrata do ex-presidente Barack Obama, sob a alegação de que o governo da Nigéria estaria comprometido com o descumprimento dos direitos humanos das minorias étnicas que compõem a população de 174 milhões de habitantes, a maior da África, separadas principalmente pela religião: muçulmanos ao norte, cristãos no centro-sul, os poucos igbos e yorubas nas áreas de floresta.

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Há cinco meses, sob a gestão do presidente republicano Donald Trump na Casa Branca, o Departamento de Estado sinalizou que o consentimento estava avançando. Em uma conversa por telefone Trump disse a Buhar que aprovava a transação, vista por ele “como parte do trabalho de combater o terrorismo”.

O A-29 terá missão bem definida na aviação da Nigéria. Na configuração pretendida, o turboélice da Embraer vai ser usado para localizar eletronicamente alvos com precisão e usar contra eles armas guiadas (bombas ‘inteligentes’, orientadas por laser) capazes de reduzir os danos colaterais – vítimas não combatentes e instalações civis.

Avaliação

Ao mesmo tempo prossegue no complexo aéreo de Holloman, no estado do Novo México, nos EUA, a avaliação OA-X para testar a viabilidade de um conceito: o uso de um modelo novo de avião, de baixo custo e manutenção simples, para levar apoio tático à tropa em ambiente de baixo risco. A Embraer Defesa foi convidada pela Força Aérea americana para participar do processo. Outros três tipos estão sendo examinados: o turboélice AT-6 Wolverine, da Beechcraft, o jato Scorpion, da Textron Airland e, desde o final de julho, o AT-802, da Air Tractor/L3, derivado de um robusto avião agrícola convertido para emprego militar.

O objetivo da USAF nesse experimento é obter informações que permitam levar às comissões do Congresso uma “solução engenhosa para substituir o velho e ainda eficiente A-10 Javali”, na definição da ex-secretária da Força Aérea, Deborah James.

O A-10, em atividade há 40 anos, é imbatível nas ações de destruição de objetivos no solo, com a capacidade de lançar bombas, mísseis, foguetes e ainda disparar munição pesada com um imenso canhão Vingador de 30 mm. O problema é de custo. Uma hora de voo do Javali não sai por menos de US$ 17 mil.

O plano da USAF é fazer uma composição. Utilizar um avião menor e bem mais barato para os ataques leves. E reservar o serviço pesado para um outro, como o novo F-35 Lightning (de US$ 35 mil a US$ 42 mil a hora no ar).

O Super Tucano gasta US$ 1 mil por hora de voo. O A-29 leva até 1,5 toneladas de cargas de combate, além das duas metralhadoras .50 montadas nas asas. É empregado em 13 países entre os quais o Afeganistão que recebeu um arranjo especial de 12 unidades protegidas por placas blindadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.