O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento encaminhou esta semana ao Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Rússia mais um relatório com informações adicionais sobre o sistema de vigilância sanitária do Brasil. Elaborado pelo Departamento de Saúde Animal do Mapa, o documento responde as dúvidas e todos os questionamentos levantados pela equipe de veterinários russos que visitou o país no período de 15 a 28 de novembro do ano passado.
?Esperamos que esses esclarecimentos possam dar maior clareza sobre as garantias sanitárias oferecidas pelo Brasil nas exportações de carnes para a Rússia. Toda a argumentação técnica se esgota neste expediente?, comentou o ministro Roberto Rodrigues. Com o envio desse relatório, ele acredita que o governo russo marque a data para que uma missão técnica do ministério, junto com representantes do setor privado, viaje à Moscou ainda este mês para tratar da suspensão total do embargo às carnes bovina e suína.
Entre as muitas explicações, o DSA do Ministério informa que em decorrência da estratégia de regionalização empregada pelo Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) está sendo, neste momento, implantado o sistema de atenção veterinária capaz de suportar as ações de erradicação da doença. Esclarece ainda que a vacinação contra a febre aftosa não é voluntária, mas obrigatória em todo o território nacional e que a condição de endemismo na região será rapidamente revertida com o avanço do PNEFA e com a elevação dos índices de vacinação.
O embargo vigora desde setembro de 2004, quando ocorreu um foco de febre aftosa no município de Careiro do Várzea, no Amazonas. Os russos liberaram no começo deste mês as importações de carne de frango, com exceção da produzida no Pará e no Amazonas. Em novembro do ano passado, o Mapa recebeu um comunicado oficial do Serviço Federal de Inspeção Veterinária e Fitossanitária da Rússia autorizando as importações das carnes de Santa Catarina, único estado livre de febre aftosa sem vacinação.
A manutenção do embargo russo tem causado desconforto tanto dos exportadores quanto do governo brasileiro. No final de janeiro, o chanceler Celso Amorim, em carta enviada ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, embaixador Serguei Lavrov, solicitou ao governo russo que reveja as medidas de embargo às importações de carnes brasileiras. Na correspondência, Amorim disse que as dificuldades para os exportadores brasileiros já causa ?grande preocupação? ao governo.