Embargo não afeta o preço da carne

O anúncio de que o embargo europeu à carne brasileira deve beneficiar o bolso do brasileiro animou os consumidores, mas, na prática, ainda não surtiu o efeito desejado, pelo menos em alguns açougues de Curitiba. Segundo proprietários e funcionários dos estabelecimentos, os fornecedores ainda não repassaram a diminuição nos preços ao varejo, o que deve acontecer somente no final de março, quando poderá ser percebido aumento nos estoques devido à negativa européia.

O problema é que, na expectativa de pagar mais barato, o cliente já cobra do estabelecimento uma redução que os vendedores não podem prometer. ?Não achei nada mais barato. O aviso que baixou veio pela televisão, mas acho que ainda não chegou no açougue?, diz a aposentada Anita Fernandes, que ontem comprava um quilo de seto em um açougue no centro da capital pelos mesmos R$ 7,80 que pagou na semana passada.

O vendedor Itamar dos Santos explicava o porquê: ?Só vai dar para sentir baixa quando vencerem os contratos de exportação, lá por março, abril. Esta semana, a carne bovina até aumentou.? Segundo o açougueiro, os cortes de primeira aumentaram os preços entre R$ 0,10 a R$ 0,20 o quilo. A funcionária de um outro estabelecimento próximo à Praça Tiradentes, Daniela Guidolin, confirmava a mesma versão: ?Por enquanto, o fornecedor não repassou nenhuma redução, e o cliente reclama, exigindo preços mais baixos?.

O comerciante Celso Brussadori, proprietário do açougue quase em frente, também revelava conhecer a promessa, mas não tinha boas expectativas, pelo menos por enquanto. ?O mercado futuro prevê inclusive aumento no valor da arroba para até R$ 72 no final deste mês?, citava. Ontem, a arroba era vendida a R$ 69. ?Entre ontem e hoje, não houve nenhuma mudança no preço com o anúncio do embargo. O reflexo não é imediato, como se pensou, e deve vir só no final de março?, prevê. ?Até lá, para vender mais, só fazendo promoções mesmo.?

Constatação, esta, que a dona de casa Nanci Clemente já fez de antemão ontem, ela pesquisou os preços em pelo menos três açougues. ?Apesar de o preço não ter mudado, a gente acha diferença?, garante. O quilo do seto, por exemplo, chega a diferir em até R$ 1,60 de um estabelecimento para outro, assim como a carne moída de primeira, que a dona de casa achou por até R$ 2 de diferença. ?Vale pesquisar em vez de só esperar a baixa.?

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