Embalagem alimentar tetra pak é poluente

Depois das sacolas plásticas, agora são as embalagens longa-vida cartonadas, produzidas pela Tetra Pak, que estão na mira da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Na última terça-feira, o secretário Rasca Rodrigues afirmou que está estudando a possibilidade de proibir a comercialização das embalagens Tetra Pak no Paraná. Segundo ele, a indústria não conta com logística de recolhimento das embalagens que coloca no mercado, o que configuraria falta de responsabilidade ambiental.

Em nota divulgada à imprensa, a empresa informou que há mais de dez anos realiza projetos de apoio e incentivo em toda a cadeia de coletores e recicladores, investindo inclusive em tecnologia. Apenas em 2006, informou, mais de R$ 80 milhões foram gerados com a reciclagem de embalagens longa-vida e mais de 45.700 toneladas do material foram recicladas.

?O número de empresas recicladoras no País também aumentou substancialmente no período: hoje são 25. Há ainda 12 companhias que fabricam placas, telhas e outros produtos a partir da mistura de plástico e alumínio das embalagens recicladas?, informou a empresa, acrescentando que a embalagem da Tetra Pak é 100% reciclável.

Líder mundial na produção de sistemas para processamento e embalagem para alimentos, a Tetra Pak está presente em mais de 165 países e emprega cerca de 20 mil pessoas. No Brasil, possui duas fábricas: uma em Monte Mor (SP) e outra em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. A unidade paranaense gera aproximadamente 250 empregos diretos e é uma das maiores contribuintes de ICMS do Estado.

500 milhões

Segundo o governo estadual, a cada ano são colocadas no mercado paranaense 500 milhões de embalagens. ?Segundo informações repassadas pela própria empresa ao governo, apenas 32% deste total – cerca de 160 milhões de embalagens – são recicladas, restando outras 340 milhões dispostas em aterros sanitários, lixões e no meio ambiente de forma inadequada, gerando um grande passivo ambiental?, afirmou Rasca Rodrigues.

De acordo com o secretário, além do papel – que representa 75% da embalagem -, o longa-vida ainda é composto por 20% de plástico polietileno e outros 5% de alumínio, que podem e devem ser reaproveitados. ?A responsabilidade ambiental pelo ciclo total do produto é objetiva e solidária entre aqueles que, direta ou indiretamente, geraram o passivo. Os geradores são responsáveis pelo recolhimento e destinação final destas embalagens ou do material que as compõem?, explicou Rasca.

A fabricante rebate as críticas levantadas pelo governo estadual, alegando que se tornou ?referência global em sustentabilidade, por suas práticas em prol da preservação ambiental, tais como utilização de matéria-prima renovável, projetos de coleta seletiva e reciclagem, educação ambiental, diminuição da emissão de poluentes, pesquisas em uso de biocombustíveis, além das práticas ambientais reconhecidas em suas fábricas?. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo