Cerca de 20 dias após assumir o cargo, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, recuou no tom das discussões sobre a possibilidade de o país contrarretaliar no contencioso do algodão vencido pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em reunião com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), realizada na sede da entidade, Shannon evitou falar em retaliação e contrarretaliação e defendeu a necessidade de uma solução negociada entre os países.
“É impossível não falar das relações comerciais entre os países em uma reunião da Fiesp. Mas, nos Estados Unidos, existe uma boa vontade para se encontrar uma solução”, afirmou. “Não posso entrar em detalhes neste momento, mas é uma situação em que há boas possibilidades de encontrar uma solução.”
No início de fevereiro, logo que assumiu o posto na embaixada, Shannon fez um discurso em que mencionou a possibilidade de reagir caso o Brasil exerça o direito de retaliação dado pela OMC. “O governo dos EUA e o governo brasileiro já disseram claramente que gostariam de encontrar uma solução que evite a necessidade de retaliação. Porque a retaliação sempre provoca uma contrarretaliação”, disse na época.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, concordou com o embaixador. “Não fujo de uma briga quando ela é necessária. Mas quando há solução sem briga, ela deve ser procurada. Uma briga é um desgaste para todo mundo”, afirmou.